Seguindo um roteiro encenado em outros setores da economia, as multinacionais de tecnologia da informação (TI) vêm ampliando os investimentos no Brasil. Em contrapartida, ainda são poucas as empresas brasileiras do setor que se arriscam a trilhar o caminho inverso, seja por questões de competitividade ou mesmo pela demanda aquecida do mercado interno.
Uma das companhias brasileiras que estão desafiando essa corrente é a Stefanini. A empresa iniciou seu processo de internacionalização em 1996 e, agora, prepara-se para reforçar suas operações na China, onde planeja investir US$ 3 milhões nos próximos três anos.
Atualmente, a Stefanini conta com um escritório de pequeno porte em Xangai, que, juntamente com a unidade da companhia nas Filipinas, é responsável pelo atendimento a clientes como Ford e a fabricante de máquinas agrícolas John Deere na região.
O novo aporte será destinado à instalação de um centro de serviços em Jilin, província situada na região nordeste da China. A estrutura responderá pela oferta de serviços como desenvolvimento de software sob encomenda e atendimento técnico. "Existe uma demanda dos nossos clientes globais pela oferta de serviços a partir da China, especialmente no setor automotivo", diz Marco Stefanini, fundador e presidente da companhia.
Além de concentrar a maior parte da indústria automotiva chinesa, a escolha de Jilin para abrigar o projeto foi motivada pela proximidade da província com o Japão. A ideia é usar o centro como um polo de serviços de TI também para o país vizinho, no qual a Stefanini ainda não tem operação.
Grande parte dos investimentos, explica Marco Stefanini, será direcionado ao treinamento e à ampliação da equipe local. O plano é saltar dos atuais 100 funcionários para um quadro de mil profissionais em três anos. Seguindo a política adotada em outras subsidiárias, a maioria das contratações envolverá profissionais da região.
Na avaliação do executivo, entre os mercados de maior interesse para a Stefanini, a China era o único país no qual a companhia ainda não tinha uma presença significativa. "Já temos base suficiente para ser um provedor global. O objetivo, agora, é ganhar escala e volume nos países onde atuamos", diz. A companhia tem operações diretas em 28 países e atende 32 clientes globalmente. Dos 14 mil funcionários da empresa, cerca de 6 mil estão fora do Brasil.
Em 2010, a Stefanini registrou um faturamento de R$ 1,025 bilhão, sendo que 40% desse montante foi gerado pelas operações internacionais. O mesmo percentual de participação é esperado para este ano, quando a companhia prevê atingir uma receita de R$ 1,25 bilhão. "Em 2012, acredito que as receitas no exterior vão responder por 50% do nosso faturamento", observa Marco Stefanini.
Para alcançar esse resultado, o executivo diz que a Stefanini dará continuidade à estratégia de combinar crescimento orgânico com aquisições, especialmente no exterior. Nos últimos doze meses, a empresa investiu US$ 100 milhões para comprar as americanas TechTeam e CXI, além da colombiana Informática & Tecnologia.
Sem revelar detalhes, Marco Stefanini diz que a empresa negocia acordos no exterior para 2012 e prevê anunciar a compra de uma nova empresa no Brasil até o fim do ano. O executivo afirma que as aquisições seguem características diferentes em cada mercado. Com os acordos internacionais, a Stefanini busca empresas com um perfil de serviços semelhante, para ganhar volume operacional e de clientes. "No Brasil, por sua vez, preferimos aquisições que diversifiquem nossa oferta de serviços", afirma. Por Moacir Drska
Fonte:Valoreconômico18/11/2011
18 novembro 2011
Stefanini amplia atuação na China
sexta-feira, novembro 18, 2011
Compra de empresa, Plano de Negócio, Tese Investimento, TI, Transações MA
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Ruy Moura
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