24 novembro 2011

International Paper mantém interesse em ativos no Brasil

A International Paper (IP), maior fabricante mundial de papéis de imprimir e escrever, segue avaliando ativos na área de papéis para embalagem no Brasil, mercado que hoje é liderado pela Klabin. De acordo com o presidente executivo da IP para a América Latina, Jean-Michel Ribieras, não há prazo estabelecido pela matriz para que se concretize a entrada nesse segmento do mercado nacional, o que deverá ocorrer por meio de aquisição.

"Seguimos em busca de uma opção e não há data", reiterou o executivo. A estratégia de ampliar a operação, replicando no Brasil o portfólio de negócios da IP globalmente, foi anunciada pela companhia em 2010.

Em relação à segunda linha de produção de papel de imprimir e escrever, que será implantada na fábrica de Três Lagoas (MS), também não há definição até o momento. A IP pode tomar uma decisão sobre o investimento até o início de 2013 e, dessa forma, assegurar as mesmas condições de preço da matéria-prima que já é fornecida pela Fibria, que opera uma fábrica de celulose branqueada de eucalipto ao lado da unidade sul-mato-grossense da papeleira americana, para a primeira linha.

Atualmente, a IP produz cerca de 1 milhão de toneladas por ano de papéis no país e trabalha com 100% da capacidade tomada. Conforme Ribieras, dois fatores têm pesado na avaliação sobre a instalação de uma nova máquina, que poderá produzir 200 mil toneladas por ano de papel: a volatilidade do câmbio e as operações ilegais com papel imune. "Estima-se que 600 mil toneladas por ano de papel imune sejam desviadas de sua finalidade. Isso equivale a três novas máquinas", destacou.

O executivo reconheceu que a fiscalização sobre as operações com esse tipo de produto, que é isento de impostos quanto aplicado para fins culturais e educacionais, surtiu efeito ao longo de 2011. "Está claro que a tendência é reagir de maneira mais dura contra a ilegalidade. Mas ainda é preciso avançar nisso", afirmou.

Em 2011, disse o executivo, a demanda brasileira de papéis não revestidos deve crescer entre 3% e 4%, em linha com a trajetória do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. "Tivemos um ano marcado por desafios, mas a demanda de papel no Brasil e na América Latina segue firme", afirmou Ribieras. No terceiro trimestre, a receita líquida da IP, seguindo o padrão contábil US GAAP, totalizou US$ 290 milhões, praticamente em linha com o apurado no segundo trimestre e nos três primeiros meses do ano.
Fonte:Valor24.11.2011

24 novembro 2011



0 comentários: