08 novembro 2011

Para Armínio Fraga, Brasil está numa encruzilhada

O ex-presidente do BC Armínio Fraga afirmou que o Brasil 'está numa encruzilhada', pois tem boas perspectivas de crescimento no futuro, mas possui um sistema de governo forte, registra níveis baixos de investimento, sobretudo público, e o nível de escolaridade precisa melhorar. 'Esse modelo de capitalismo de Estado não dá certo', comentou durante palestra em São Paulo.

'É preciso um modelo mais pró-mercado, menos pró-empresa, com burocracia menor, mais eficiência e juros mais baixos para todos os empresários', disse. Ele reiterou que seria positivo que as taxas de juros mais baixas cobradas pelo BNDES fossem disseminadas por toda a sociedade, não ficando restritas a um segmento pequeno de empresários.

Armínio Fraga também destacou que para que a taxa Selic caia no Brasil seria fundamental um maior esforço do governo para conter os gastos públicos. 'A atuação do Banco Central tem limite. É como se fosse um pescador que tem uma vara e não pode pegar todo peixe. É preciso outros instrumentos', afirmou, num alusão clara a colaboração do esforço fiscal do Estado para reduzir o nível de aquecimento da demanda agregada.

O ex-presidente do BC ressaltou, contudo, que o Brasil tem um cenário positivo à frente e isso pode estar evidenciado pelas posições da presidente Dilma Roussef, que defende um Estado mais produtivo e a meritocracia. 'Ela defendeu esse ponto num dos seus primeiros discursos', lembrou.

Contudo, ele manifestou-se contrário à cobrança pelo governo do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na Bolsa de valores e nas operações de derivativos. Fraga é é presidente do Conselho de Administração da BM&F Bovespa. O ex-presidente do BC se mostrou particularmente preocupado com o baixo nível de investimentos no País, que está bem aquém do registrado por Indonésia, Índia e China.

Fraga também criticou o fato de que o governo, especialmente através de bancos públicos, estimula o nível de atividade no País, enquanto utiliza o BC para contê-lo. 'É uma política esquisita, pois um pé está no acelerador e outro no freio', disse.

Ele reiterou que seria oportuno que a meta de inflação no País baixasse nos próximos anos e ficasse no mesmo patamar de outros emergentes, como Chile e México
Fonte:agênciaestado07/11/2011

08 novembro 2011



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