Com queda constante no volume de cartas, empresas investem em serviços eletrônicos
A agência do correio em frente da estação ferroviária em Dusseldorf oferece DVDs, sombrinhas, cartões telefônicos e brinquedos - com o processamento da correspondência parecendo ser a última coisa em que pensar. E o local em que está a agência não é absolutamente um correio. O Deutsche Post ocupa um espaço no canto de um banco.
Com o volume de correspondência diminuindo em 1% a 2% em muitos países, os serviços de correio na Europa, da Alemanha à Suécia e Suíça, se reinventaram na última década e se converteram em empresas de informação e entrega multifacetadas, ajustadas à era digital. Embora o Deutsche Post por lei ainda deve entregar a correspondência nos endereços seis vezes por semana, ele se desfez de dezenas de milhares de imóveis, 100.000 funcionários e se distanciou do seu foco tradicional na correspondência em papel.
"Percebemos que ser apenas provedor da correspondência nacional seria arriscado; era preciso redefinir o papel dos correios num mundo digital", disse Clemens Beckmann, vice-presidente executivo para a área de inovação dos Correios da Alemanha.
No caso dos Estados Unidos, o Serviço Postal (U.S. Postal Service, o USPS)deficitário está se voltando para a Europa em busca de novos modelos operacionais, apesar de a legislação americana impedir a implementação de algumas inovações.
Novos modelos
Depois que ficou com apenas 24 dos seus 29.000 prédios de agências, vendidos nos últimos 15 anos, Os Correios alemães hoje estão alojados em outros locais pertencentes a seus "parceiros" comerciais, incluindo bancos, lojas de conveniência e até casas particulares. Nas áreas rurais, um lojista ou mesmo um morador proprietário de um imóvel que esteja numa área central recebe uma placa e desempenha as funções de carteiro em tempo parcial.
Ao mesmo tempo, muitas agências dos Correios na Europa, incluindo a de Dusseldorf, desenvolveram uma série de serviços eletrônicos que estão cada vez mais tornando as agências e as caixas postais obsoletas. Contas e catálogos podem ir direto para as caixas de correio digitais operadas pela agência nos computadores dos clientes e estes podem informar à agência o que desejam que seja impresso e entregue. E enquanto os americanos são convidados a dar sugestões sobre que celebridade deve adornar o próximo selo, os alemães podem comprar estampilhas virtuais a partir dos seus celulares.
O Deutsche Post expandiu suas redes de entrega de pacotes aproveitando o aumento das compras online e progressivamente vem aumentando suas ofertas em áreas completamente novas, como gerir mercados online para escritores freelancer, similar ao eBay.
Reação
Em vez de ficar olhando seus negócios serem corroídos por concorrentes mais agressivos, como ocorreu nos Estados Unidos, o Deutsche Post adquiriu a empresa de logística DHL em 2002, o que significa que muitos americanos se tornaram clientes dos Correios da Alemanha.
Os serviços postais europeus variam amplamente, dependendo do grau de adaptação à era digital. "Mas a USPS (serviço postal americano) provavelmente é o melhor exemplo de um grande monopólio que jamais fez uma única mudança", disse John Payne, diretor executivo da Zumbox, nova empresa com sede em Los Angeles que oferece caixas de correio virtuais para computadores pessoais nos Estados Unidos e vendeu o programa para Correios estrangeiros.
Os Correios da Europa começaram a pensar em novos modelos de negócios nos anos 90, quando a Comissão Europeia abriu os monopólios postais à concorrência e liberalizou os regulamentos. Mas as mudanças subsequentes foram uma reação à queda nos volumes de correspondência e, em menor extensão, à pressão para reduzir as emissões de gazes com efeito estufa. Elizabeth Rosenthal. traduação de Terezinha Martino
Fonte:estado07/09/2011
09 novembro 2011
Alemanha reinventa o correio na era digital
quarta-feira, novembro 09, 2011
Investimentos, Plano de Negócio, Tese Investimento, TI, Transações MA
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Ruy Moura
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