01 fevereiro 2012

Plural compra banco e aguarda aprovação do BC

O mercado de capitais brasileiro está prestes a ganhar mais um banco de investimento. A gestora de recursos e assessora financeira Plural Capital, comandada pelos ex-Pactual Rodolfo Riechert e André Schwartz, comprou uma instituição que estava inoperante, debaixo do recém vendido Banco Prosper, e agora aguarda somente a aprovação do Banco Central para começar a operar.

Conforme pessoas próximas à negociação, o Banco Equity, subsidiária do Prosper, foi vendido à Plural por aproximadamente R$ 15 milhões, mesmo valor do patrimônio líquido da instituição, conforme o balancete de outubro do ano passado. O memorando de entendimentos entre a Plural e a família Peixoto de Castro, que controlava o Prosper, foi assinado em dezembro, junto com a venda do Prosper para o banco Cruzeiro do Sul - operação que teve assessoria da própria Plural.

O preço, porém, tem menos a ver com o patrimônio que o Equity carrega que com a conveniência que sua licença já existente proporciona. Até mesmo antes da metade do ano passado, quando se viram livres do impedimento contratual de atuar na mesma área do Pactual, os sócios da Plural buscavam por um banco a ser comprado. Riechert, que divide a presidência da Plural com Schwartz, comandou no Pactual a ofensiva que fez do banco um dos líderes da leva de ofertas públicas que multiplicou o número de companhias na bolsa, a partir de 2004.

Na semana passada, assistiram a Barclays, Credit Suisse e Santander anunciarem a oferta inicial de ações da Brasil Travel, uma operação desenhada por eles. Enquanto não tiverem a licença para fazerem eles mesmos, dependerão de outros bancos para lançar no mercado os negócios que originam, dividindo a comissão. Para abreviarem esse tempo, chegaram a aceitar pagar R$ 300 milhões pelo Banco Modal, mas a transação, anunciada em agosto, desandou em menos de dois meses, por discordâncias quanto ao pagamento.

Antes, segundo fontes de mercado, a Plural chegou a manter conversas com o Banif e, depois do Modal, com o Brascan. O abismo entre os R$ 300 milhões que seriam pagos pelo Modal e os R$ 15 milhões agora acertados para a compra do Equity também se explica pelo fator tempo. Em estado de hibernação há anos, o Equity demandará a construção de estruturas e sistemas de operação e controle antes de atuar de fato, o que pode tomar todo 2012.Por Marcelo Mota
Fonte:ValorEconômico01/02/2012

01 fevereiro 2012



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