Inicialmente, não haverá fusão das duas fintechs que atuam em mercados distintos e complementares de antecipação de recebíveis. Aquisição tem a expectativa de ampliar carteira ativa.
Em meio à crise causada pela pandemia e diversos obstáculos ao acesso de linhas de capital de giro mais baratas, a Liber Capital, fintech de antecipação de recebíveis oficializou a compra de 60% da Adianta, fintech do mesmo setor. Diante deste cenário, ambas encontraram uma oportunidade no mercado. Com seus modelos complementares, a expectativa é ampliar suas carteiras ativas, diversificando a originação do crédito e trazendo mais soluções para seus clientes.
Em um momento de crescimento exponencial de mais de 1000% nos últimos 12 meses, a Liber Capital já atende grandes cadeias de fornecedores, por meio da intermediação entre empresas e financiadores, com base na triangulação de informações entre a companhia dona do crédito, a empresa sacada e o financiador. Por este modelo, só é possível antecipar os recebíveis detidos contra empresas conveniadas, que corresponde a menos de 20% do contas a receber dos clientes, que já demandam mais crédito. “Com a Adianta a gente pode avaliar e antecipar os outros 80%, aumentando o volume transacionado e também a satisfação dos clientes ao serem atendidos de forma mais ampla.” conta Victor Morandini Stabile, CEO e cofundador da Liber Capital. Só em 2020 a empresa operou mais de R$ 3,3 bilhões e tem saldo atual em de R$ 2,7 bilhões.
A Adianta, atua em um mercado distinto e complementar a Liber, focada nas operações multicedente e multisacado. Sua plataforma tecnológica realiza toda a formalização do processo de crédito, com algoritmos proprietários que realizam a análise de crédito em tempo real, oferecendo assertividade e rapidez na resposta para os clientes. Com sua tecnologia, consegue ampliar a probabilidade de concessão de crédito a taxas mais apropriadas, já que analisa o rating dos compradores e vendedores de uma operação.Já concedeu mais de R$200 milhões em crédito e desenhou o primeiro FIDC digital do mercado.
Já houveram conversas entre as empresas no passado com o fim de realizarem juntas um movimento estratégico. A dificuldade de crédito desencadeada pela crise da Covid-19, excesso de burocracia e a cobrança pelos bancos de garantias consideradas excessivas são citados por pequenas empresas e microempreendedores como os maiores obstáculos ao acesso das linhas de capital de giro mais baratas. Ainda que o governo tenha lançado fundos de garantias e o Banco Central tenha injetado uma soma de dinheiro sem precedentes no sistema financeiro, as empresas reclamam que o crédito não chega na ponta. A necessidade dos clientes por mais produtos justificou o início da parceria.
“O investimento só foi possível pelo fato de ambas as empresas possuírem muitos valores em comum, mais especialmente a compreensão de que o cliente é o elo mais importante das empresas e trabalhamos incansavelmente para conquistar a sua confiança. Ambas empresas também entendem a tecnologia como um aspecto fundamental para garantir escala e o sucesso do negócio e apostamos em um time altamente qualificado para conseguir continuar a entregar resultados de forma consistente.” completa Marco Camhaji, CEO da Adianta.
Sobre a Liber Capital - Fundada em 2017, a Liber Capital, é uma fintech que atua na antecipação de recebíveis por meio da intermediação entre empresas e financiadores, com base na triangulação de informações entre a companhia dona do crédito, a empresa sacada e o financiador. Com crescimento de 1000% em 12 meses, operou mais de R$3,3 bilhões apenas no primeiro semestre de 2020, com uma carteira ativa de mais de R$2,7 bilhões. Passou também por programas de aceleração como o Boostlab do BTG, Scale Up da Endeavor e Lift do Banco Central
Sobre a Adianta - Fintech da área de antecipação de recebíveis com foco em PMEs. A empresa oferece ao mercado um serviço totalmente digital, em que a inteligência de crédito é feita internamente e a análise de risco é personalizada para cada operação.Já concedeu mais de R$200 milhões em crédito e desenhou o primeiro FIDC digital do mercado... Leia mais em libercapital 23/07/2020
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Liber Capital compra Adianta e esquenta a competição num mercado bilionário
Com o acordo, a plataforma de antecipação de recebíveis que conecta empresas e financiadores amplia sua base potencial para 9 mil clientes e ganha musculatura para fazer frente à onda de consolidação em um mercado que já movimentou R$ 485,1 bilhões em 2020 no País
Um dos recursos usados com frequência pelas empresas, a antecipação de recebíveis ganhou ainda mais fôlego com a Covid-19. Segundo o Banco Central, de janeiro a maio deste ano, o segmento movimentou R$ 481,5 bilhões no País, alta de 28% sobre o mesmo período de 2019. O pico veio em março, com R$ 107,2 bilhões transacionados.
Se a busca por esse crédito está aquecida, na ponta de quem oferece esses serviços não é diferente. Marketplace de antecipação de recebíveis, a Liber Capital anuncia hoje, oficialmente, a compra da Adianta, fintech que atua nesse mesmo espaço.
O namoro entre as duas empresas foi rápido. As conversas tiveram início em meio à pandemia e o martelo foi batido há duas semanas. A aquisição acontece menos de um mês depois de a XP Inc. assumir o controle da Antecipa, outra empresa do segmento.
O valor e os termos da transação capitaneada Liber não foram revelados. Com o acordo, os sócios-fundadores da Adianta seguem na operação, assim como os fundos 42K e Chromo, investidores da fintech.
“Nós já tínhamos o plano de entrar no segmento da Adianta. Estamos ganhando pelo menos três anos com esse movimento”, diz Victor Stabile, fundador e CEO da Liber, ao NeoFeed. CEO da Adianta, Marco Camhaji acrescenta: “Os dois negócios estavam remando no mesmo mercado, por caminhos diferentes. E entendemos que fazia todo sentido juntar essas duas histórias, que são complementares.”
Fundada em 2017, em Ribeirão Preto (SP) e com investidores como e.Bricks Ventures e Spinet Bank, a Liber tem um modelo originado em companhias de maior porte. A fintech estrutura programas para que os fornecedores dessa empresa em questão possam acessar as linhas de antecipação de recebíveis. O financiamento é feito por bancos, fundos e investidores individuais.
Segundo Stabile, com o marketplace, a redução nas taxas, em comparação ao que é praticado no mercado, pode chegar a até 80%. Hoje, a startup tem programas para as cadeias de empresas como BRF e St. Marche. E já movimentou, em 2020, mais de R$ 3 bilhões, um crescimento de 1.000% sobre 2019.
Em seu modelo, a Liber Capital recebe uma comissão a cada transação que intermedia. O percentual varia conforme a complexidade e o volume, mas, em média, a fintech fica com cerca de 15% do spread da operação.
Já a Adianta, que está no mercado desde 2016, parte de uma oferta centrada em pequenas e médias empresas, financiadas por Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Com uma análise que pondera os riscos e o histórico tanto dos cedentes como dos sacados dessas companhias, a startup aprova e libera o crédito em minutos. E já transacionou cerca de R$ 200 milhões nesse ano.
Ao unir essas duas pontas, a Liber enxerga uma boa trilha para ampliar seu bolo a partir das vendas cruzadas. “Hoje, nós conseguimos antecipar, em média, menos de 20% do que os fornecedores que atendemos têm de contas a receber”, afirma Stabile.
Ele ressalta que já há uma grande demanda reprimida entre os clientes do marketplace. “Essa empresa não fornece, por exemplo, só para a BRF, então, hoje, eu não resolvo todo o seu problema, pois estou limitado”, explica. “Com a incorporação da Adianta, o potencial de multiplicar essa base é enorme.”
Em 2020, a Liber já movimentou mais de R$ 3 bilhões, um crescimento de 1.000% sobre o ano passado
Na Adianta, a situação é inversa. “Nós temos vários fornecedores que trabalham com grandes sacados, que eu não consigo atender”, diz Camhaji. “Então, nós estamos juntando a fome com a vontade de comer.”
Na prática, segundo Stabile e Camhaji, essa equação traz uma base potencial a ser explorada de 9 mil clientes, sendo 6 mil deles da Liber Capital e os três mil restantes da Adianta. Somadas, as duas companhias passam a ter uma operação com 70 funcionários.
Consolidação
Os modelos e ofertas complementares ajudam a explicar o acordo. Mas a rapidez na conclusão da aquisição da Adianta pela Liber tem também outro pano de fundo. “Há um início de consolidação nesse segmento e tínhamos que ficar mais robustos para fazer frente a esse movimento”, diz Camhaji.
Stabile complementa: “Existe um assédio no mercado, tanto que a própria Liber e a Adianta já receberam propostas de bancos”, afirma. “Mas nós optamos por seguir um caminho mais independente.”
As fintechs de antecipação de recebíveis parecem estar, de fato, no centro das atenções. E esse interesse não está partindo apenas dos bancos tradicionais. Além da compra da Antecipa pela XP, os últimos meses foram marcados por uma série de acordos.
Dentro da sua proposta de se consolidar seu braço de atuação de techfin, a Totvs desembolsou R$ 455,2 milhões para comprar 88,8% do capital social e assumir o controle da Supplier, em outubro de 2019. A fintech fechou o ano com uma receita próxima de R$ 220 milhões e uma originação de crédito de cerca de R$ 6,5 bilhões.
Somadas, as operações da Liber Capital e da Adianta têm uma base potencial de 9 mil clientes
Em fevereiro, o Banco BV liderou uma rodada de R$ 80 milhões na Weel. A soma veio acompanhada de um aporte de até R$ 800 milhões para financiar a oferta da startup. Já no início deste mês, foi a vez da Rapidoo, fintech do segmento que foi comprada pelo grupo de serviços financeiros One7... Leia mais em NeoFeed 23/07/2020
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