Já são cinco os escritórios que deixaram a asa da XP Investimentos em uma semana. O período escolhido para os anúncios aproveita a enxurrada de marketing que a empresa fez para divulgar seu evento anual, Expert XP, que aconteceu de 14 a 18 de julho.
O maior dessa leva, que deixou a corretora para usar a bandeira do BTG, foi o EQI, que tem 8 bilhões sob assessoria e 40 mil clientes, sendo sempre listado entre os maiores escritórios de agentes autônomos da XP.
Após a bombástica movimentação do EQI, também já anunciaram o mesmo caminho os escritórios Prosperidade; Wert; AGL e Potenza. Seus agentes autônomos têm atuação em São Paulo; Sergipe; Rio Grade do Norte; e Santa Catarina.
Parte da insatisfação dos autônomos com a XP foi exposta recentemente, quando a empresa disse que abriria para seus clientes quanto os agentes autônomos recebem de comissionamento por venderem fundos de investimento.
O problema não foi o anúncio da abertura em si, mas a falta de transparência em relação a quanto a corretora recebe também como rebate pela venda de produtos. Assim que o anúncio foi feito pela XP, os profissionais responderam que seria bom abrir também o quanto fica com as corretoras e distribuidoras dos fundos.
Além da recente briga pública com o Itaú (que é dono de quase metade da corretora), a corretora de Guilherme Benchimol está em uma queda de braço com o banco de André Esteves, que tem ido às ruas tentar trocar as bandeiras dos escritórios de agentes autônomos.
Recentemente, o BTG ganhou um round importante, quando um escritório que mudou de bandeira foi absolvido da acusação de praticar concorrência desleal, sendo obrigado apenas a pagar uma multa contratual.
Troca de bandeira
No caso que deu recente vitória ao BTG, a XP Inc. foi à Justiça contra o escritório Delfos Investimentos, que trocou de bandeira, acusando-o de concorrência desleal, de violar o contrato de exclusividade e de quebrar o sigilo de clientes que eram da XP, entregando seus dados ao BTG.
Os agentes autônomos, de Campo Grande (MS), rebateram: a XP tentava, na verdade, puni-los, em represália por terem mudado de bandeira.
Na discussão sobre o contrato de exclusividade, o Delfos levou a pior, já que ficou comprovado que ele já estava vendendo produtos para o BTG antes do fim do aviso prévio de 60 dias. Assim, foi condenado a pagar R$ 173 mil de indenização à XP Inc.
Mas em relação à acusação de que o escritório teria sido “estimulado financeiramente” pelo BTG para adotar “práticas fraudulentas” e desviar clientela da XP, saiu-se pior a XP.
Não havia nenhuma prova de que o escritório estivesse compartilhando informações confidenciais de clientes ou usando qualquer meio fraudulento para captar clientela.
Além disso, afirma a sentença do juiz Eduardo Palma Pellegrinelli, eventuais práticas de concorrência desleal praticadas pelo BTG não permitem que se diga que os escritórios que abandonam a XP também o façam. Imagem em destaque: Piqsels.com Leia mais em monitormercantil 21/07/2020
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