12 agosto 2016

Um rodízio de sucessos nas mãos de um ex-churrasqueiro

Após vender por cerca de U$ 400 milhões o Fogo de Chão, rede de churrascarias que fundou nos anos 80 com seu irmão e dois amigos, o empresário gaúcho Jair Coser assumiu recentemente a frente de outro restaurante. Focado na culinária argentina, o Corrientes 348 já possui oito unidades no País. Para o próximo ano a ideia é abrir mais duas e levar a empresa para os Estados Unidos.

Com 58 anos e uma bagagem de mais de 30 no mundo dos negócios, a trajetória do empresário, desde sua infância até hoje, é o típico exemplo de uma história de sucesso. Nascido no pequeno município de Encantado (RS), Coser trabalhou até os 18 anos na 'roça', na fazenda de seus pais. Foi lá onde ele diz ter preparado o seu primeiro churrasco e brotado o interesse pelo ramo.

Quando deixou a agricultura e se mudou para São Paulo - pouco depois de completar 18 anos -, seu primeiro emprego foi justamente em um rodízio de carne, onde trabalhou como garçom. "Viemos trabalhar em São Paulo - eu e meu irmão -, e conseguimos emprego em uma churrascaria. Depois trabalhamos em outro rodízio no Rio de Janeiro e quando voltamos para Porto Alegre, mais ou menos seis anos depois, decidimos comprar um negócio próprio."

Durante o tempo que trabalhou nas duas cidades, Coser diz ter passado por todas as posições possíveis dentro de um restaurante. "Trabalhei como garçom, passador de carne, e quando saí já estava no patamar de gerência". Segundo ele, essa experiência foi fundamental no momento em que decidiu abrir seu negócio.

"Quando compramos o Fogo de Chão, ele era um restaurante à la carte. Mantivemos a marca, mas convertemos em rodízio", diz. A aposta, na época, foi pela qualidade do produto e do serviço, considerada por ele duas coisas fundamentais para quem trabalha no ramo de restaurante.

Rumo aos EUA

Depois de estabilizada no sul do País, em 1986, o empresário decidiu levar a rede para São Paulo. Cerca de dez anos depois - e quando possuia apenas três unidades no Brasil - foi a vez de expandir o negócio para os Estados Unidos. Dos quatro sócios, Coser e mais um foram os responsáveis pela empreeitada, que durou mais de 15 anos.

"Lá, chegamos a abrir 16 casas, e tinham mais três que estávamos contruindo quando vendemos. Na época, 75% do nosso movimento já era oriundo dos EUA", lembra o empresário, se referindo a venda da rede ao fundo norte-americano GP Investiments.

Segundo ele, o negócio foi feito em duas etapas. Em 2006, foi vendido 30% da empresa, e em 2011 a venda foi integralizada, em um total de cerca de U$ 400 milhões. Antes disso, em 2005, Coser e seu irmão Arri já tinham comprado os 50% dos outros sócios.

Sobre a decisão de vender a rede, Coser reflete que a maior dificuldade foi em relação ao apego emocional pela companhia. "Sempre é difícil, ainda mais uma empresa que criamos praticamente do zero. Mas acho que na vida tem isso, se você tem um negócio, você tem que pegar as oportunidades e multiplicar", avalia.

Dois anos depois de concretizar a operação, o empresário voltou ao ramo, agora com o argentino Corrientes 348. "A ideia do 348 surgiu de uma visita como cliente. Eu fui comer lá, gostei do restaurante e vi o potencial do que se podia fazer com ele", afirma. O empresário comprou cerca de 70% do negócio em 2013.

A frente da expansão da rede, o gaúcho vem mais uma vez mostrando seu tino para os negócios. A companhia, que na época da compra faturava anualmente R$ 9 milhões, deve faturar este ano próximo dos R$ 55 milhões. Para 2017, a expectativa é dobrar esse valor. "Em pouco tempo já demos um pulo imenso. O potencial é muito grande".

Sobre os planos futuros, Coser é taxativo: "Vou fazer tudo de novo. Para o ano que vem planejamos abrir mais duas novas unidades no Brasil, e quero levar a rede para os Estados Unidos". Pedro Arbex Leia mais em dci 12/08/2016


12 agosto 2016



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