31 agosto 2016

Potash e Agrium negociam fusão

A canadense PotashCorp, maior fornecedora global de potássio para a produção de fertilizantes, e sua concorrente Agrium estão negociando uma fusão que poderá resultar em uma gigante avaliada em quase US$ 30 bilhões.

A iniciativa ocorre um ano depois da malsucedida tentativa da PotashCorp de adquirir a alemã K S, como parte de seus esforços para consolidar um segmento que vem sofrendo com a retração dos preços das commodities e, de quebra, estancar a tendência de queda de suas ações.

A estrutura e as condições da operação não são conhecidos, mas fontes a par da transação disseram que será uma "fusão de iguais", o que sugere que a combinação deverá ser feita por meio da troca de ações.

Em comunicado, a PotashCorp alertou que "nenhuma decisão ainda foi tomada sobre o prosseguimento dessa combinação", que "nenhum acordo foi firmado" e que não é possível assegurar se o negócio será de fato fechado.

Ontem, depois que a agência Bloomberg revelou a negociação, as ações da PotashCorp, que é listada nas bolsas de Nova York e Toronto, subiram mais de 13%, conferindo à companhia um valor de mercado de cerca de US$ 15 bilhões. Já os papéis da Agrium subiram 7%, o que fez seu valor de mercado alcançar US$ 13 bilhões.

A notícia sobre esse possível negócio também elevou os preços das ações de produtores de fertilizantes concorrentes, como Mosaic e Intrepid Potash, pelos reflexos considerados positivos de uma eventual consolidação do segmento.

PotashCorp e Agrium, entre outras, estão tendo problemas com excesso de capacidade, embora algumas fontes acreditem que uma série de fechamentos de minas e suspensões de produção nos últimos anos tenham o poder de gerar alguma estabilização na área.

"Quase tudo vem dando errado para o segmento" desde 2011, escreveram neste ano analistas do Morgan Stanley. "A indústria do potássio vai se esforçar para melhorar significativamente a lucratividade no curto e médio prazo." Um cartel formado por produtores da Rússia e de Belarus se desfez em 2013, o que gerou uma queda de preços de mais de 50%, em relação aos patamares de 2011, em alguns mercados importantes da América Latina e da Ásia.

"Não acredito que essa fusão vá produzir concentração suficiente para aumentar as preocupações das autoridades reguladoras", afirmou ontem Oliver Hatfield, da consultoria Integer Research.

"Esse é um segmento que ficou muito mais competitivo e onde tem havido investimentos excessivos em capacidade nova, em resposta aos períodos de vacas gordas. Portanto, esta é, em parte, uma medida defensiva das companhias", disse ele.

Em 2015, a oferta de € 7,8 bilhões da PotashCorp pelo controle da K S, que não faz parte dos grupos fornecedores do Leste Europeu e da América do Norte, foi recusada porque as duas partes não conseguiram chegar a um consenso sobre valores.

Um acordo com a K S teria permitido à PotashCorp unir forças com outra empresa que está entre as cinco maiores produtoras mundiais, dando ao grupo canadense o controle sobre um quarto do fornecimento global de potássio.

A BHP Billiton, maior mineradora do mundo - que fracassou em uma tentativa de assumir o controle da PotashCorp, em 2010 -, desacelerou seus planos de entrar nesse mercado. Está abrindo poços em um projeto no Canadá, mas ainda não decidiu se  fará mais investimentos e já sugeriu que esse projeto, avaliado em US$ 2,6 bilhões, pode ser desativado se os preços não subirem. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 31/08/2016

31 agosto 2016



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