05 agosto 2016

Santander faz novo lance por varejo do Citi no Brasil

O processo de venda da unidade de varejo do Citi no Brasil deu mais um passo nesta semana, com o fim do prazo para que os bancos interessados no ativo apresentassem suas propostas vinculantes - aquelas com compromisso de ser honradas. Segundo fonte a par do assunto, ao menos o Santander Brasil fez um lance pela operação.

O Citi iniciou em maio um processo formal para vender seus ativos de varejo no Brasil, na Argentina e na Colômbia. A meta do banco é anunciar o comprador até setembro.
O Santander teria apresentado proposta ao menos pela operação brasileira.

O varejo do Citi no Brasil teria algo em torno de R$ 10 bilhões em ativos, com 320 mil contas correntes e 1 milhão de cartões de crédito de alta renda, segundo informações obtidas pelo Valor.
A primeira leva de propostas, não-vinculantes, foi entregue em meados de junho. Além do Santander, Itaú Unibanco e Safra participaram dessa primeira consulta, juntamente com bancos chineses. Não há confirmação, por ora, de que Itaú e Safra tenham feito lances na etapa vinculante. No Itaú, o interesse estaria restrito à operação brasileira, segundo um interlocutor.

A operação de varejo do Citi é considerada pequena pelos interessados, o que deve fazer com que o comprador não encontre grandes problemas em aprovar a aquisição nos órgãos reguladores (Banco Central e Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade). Além da carteira de crédito pessoa física, está incluído no pacote um portfólio de pequenas empresas.

Na América Latina, os ativos postos à venda representariam algo próximo de US$ 5 bilhões, segundo fonte. O Citi estaria dando preferência a compradores dispostos a levar as operações de mais de um país, mas não excluiu a possibilidade de ter três compradores distintos.

Em maio de 2013, o Citi anunciou a venda de seu principal ativo de varejo, a Credicard, para o Itaú por R$ 2,8 bilhões. Posteriomente, o banco brasileiro também comprou os ativos do Citi no Uruguai.
Na semana passada, o presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, confirmou o interesse pelos ativos durante entrevista a jornalistas. Segundo ele, as operações do banco americano são pequenas, mas "interessantes" para o Santander. "É muito provável que iremos até o final", disse Rial na ocasião.

"Existe uma aderência interessante entre o perfil do cliente do Citi e do Santander." Após a venda, o Citi concentrará seus esforços na operação de atacado, com foco em empresas médias, multinacionais e brasileiras de grande porte, disse o presidente do Citi no Brasil, Helio Magalhães. "Acredito muito que as empresas [no Brasil] vão olhar para o mercado externo, uma vez que o mercado interno não deve ter, pelo menos nos próximos anos, uma performance muito boa", afirmou.

Magalhães não comentou sobre os potenciais compradores da operação de varejo e disse não acreditar que a venda traga problemas do ponto de vista de concentração de mercado. Ele falou durante o evento "Beyond the Games Global Summit", promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio do "Valor". - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 05/08/2016

05 agosto 2016



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