No mês de outubro/2015, foram realizadas 73 transações no mercado brasileiro de fusões & aquisições, correspondendo a um investimento da ordem de R$ 26,3 bilhões. Representa um crescimento de 32,7% em relação ao número de operações do mês anterior e de um aumento de 82,3% dos montantes envolvidos. Envolvem direta ou indiretamente empresas brasileiras de 24 setores. O volume e o valor das negociações de fusões e aquisições anunciadas nos primeiros dez meses de 2015, cresceram 16,6% e 16,4%, respectivamente, comparado com o mesmo período do ano passado.
Os setores de TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI), OUTROS e SHOPPING CENTERS foram os mais ativos no mês de outubro.
O maior apetite em outubro ficou por conta dos investidores Estratégicos com 58 operações (79,5%). Sob a ótica do país de origem do investidor, os de origem Nacional predominaram com 56,2% das operações e 15,9% dos montantes investidos.
Desinvestimento: 87 projetos representam R$ 107 bilhões - Visando acompanhar o impacto nas empresas e em M&A por conta do Operação LavaJato e da crise econômica (elevado endividamento/ recessão..), mapeou-se os principais purojetos que estão sendo anunciados pela imprensa brasileira como desinvestimentos.
A maior transação no mês de outubro/15, foi a empresa britânica BAT assumindo o controle quase total da Souza Cruz. A British American Tobacco (BAT) fez uma oferta de 2,625 bilhões de dólares por 24,7% da Souza Cruz que ainda não controlava.
Quanto às Percepções de Mercado, merece destacar: (i) Com a crise, empresas fazem saldão de ativos de R$ 150 bi. Afetadas pela crise econômica, preocupadas em aumentar a geração de caixa ou em se adaptar à nova realidade do mercado, as companhias estão tentando se desfazer de ao menos R$ 149,6 bilhões. Na lista de empresas, estão Petrobras, Vale, Eletrobras e Infraero. As construtoras, afetadas pela Operação Lava-Jato, também entraram em temporada de liquidação. (ii) Brasil está à venda - e barato -, mas ninguém quer comprar. Apesar da alta do dólar, que torna ativos brasileiros mais baratos para estrangeiros, a participação desses ativos nas fusões e aquisições em 2015 não aumentou. O dólar mais alto e o grande número de ativos à venda no Brasil ainda não despertaram o apetite dos estrangeiros por negócios brasileiros. (iii) Com crise e real barato, país terá mais aquisições em 2016. Pelo aumento de transações em fase inicial no trimestre, Intralinks prevê mais acordos em 2016. Por conta da desvalorização do real e das dificuldades econômicas, o próximo ano deve começar com muitas fusões e aquisições no Brasil e também na América Latina. Prevê que os negócios que terão anúncio público dentro dos próximos seis meses. (iv) Ritmo de fusões deve se intensificar na reta final de 2015. O mercado de compra e venda de participação societária no Brasil deve ganhar força no final de 2015, à medida que a expectativa de um cenário de prolongada fraqueza econômica do país esvazia as esperanças de empresas financeiramente enfraquecidas rolarem dívidas ou obter recursos via mercado de capitais. (v) 'Estamos falando aqui de recessão sobre recessão’. Para economistas que convivem com o dia a dia dos investidores, a crise será longa; pode levar as contas públicas ao colapso e desestruturar o setor produtivo. O trio hoje é categórico: dias piores virão. A raiz do problema não é apenas o desarranjo econômico, mas o impasse político, que impede o andamento de uma agenda de reformas vitais para destravar os negócios e devolver a confiança ao País. Enquanto o nó não for desatado, eles preveem que a recessão de 2015 tende a se estender por 2016 – e talvez ir mais adiante.
Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no decorrer do mês de OUTUBRO de 2015.
ANÁLISE DO MÊS
Setores mais ativos - Os 5 setores mais ativos responderam por 57,5% do total das operações e 25,4% do valor total dos investimentos.
Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de OUTUBRO, 73 transações em 24 setores da economia brasileira, registrando um crescimento de 32,7% em relação ao mês anterior ( 55 operações).
Evolução nos últimos 3 anos - Constata-se um crescimento de 25,9% no comparativo do número de transações realizadas no mês de outubro de 2015, em relação ao mesmo mês de 2014.
Já em relação ao acumulado nos primeiros dez meses de 2015, apuradas 669 operações, registra-se um crescimento de 16,6% se confrontado com igual período de 2014, quando foram realizadas 574 operações.
Maiores apetites x maiores quedas. Em outubro/15, o segmento com maior apetite foi o de TI, com a realização de 16 transações representando 21,9% do total. No gráfico dos setores mais ativos nos primeiros dez meses de 2015, além de TI, destacam-se OUTROS; ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO e COMPANHIAS ENERGÉTICAS. Os 5 setores com maior números de aquisições, no acumulado do ano, representaram 53,4% das transações.
HOTÉIS E RESTAURANTES, PETRÓLEO E GÁS e INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS são os setores com maior queda do número de transações.
Acumulado volume de transações dos últimos doze meses sinaliza retomada - O mês sinaliza um crescimento de 1,8% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses - outubro de 2015, com 828 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior.
No gráfico do acumulado dos 12 meses, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Vale ressaltar que 2015, está sinalizando um ciclo de crescimento do número de transações, interrompido em setembro, considerando que o período é marcado sobretudo por expectativas negativas, por conta da inflação crescente, forte alta do dólar ( volatilidade do câmbio), limitação do crédito e aumento dos juros, redução dos investimentos e PIB em queda. Ou seja um ciclo em que o mercado está se contraindo. De um lado, a combinação ou fusão de negócios são saídas para enfrentar uma concorrência mais acirrada num mercado menor, com custos mais elevados, de outro, a venda de ativos contribuem injetar recursos auxiliando no pagamento de dívidas.
Porte das transações: 52% das transações são do porte de até R$ 50 milhões - Das 73 transações apuradas, 38 são de porte até R$ 49,9 milhões - 52,1% do total e responderam por 2,1% do seu valor. Para este mesmo porte de operações, no acumulado do ano de 2015, registraram 388 transações representando 58,0% do total e 2,1% do valor.
Cerca de 8% das operações respondem por 69% dos montantes envolvidos - No topo da pirâmide foi apurada 6 transação em outubro, com porte acima de R$ 1,0 bilhão, representando 8,2% do número de operações e responderam por 69,5% do valor das transações. No acumulado, são 40 transações que correspondem a 6,0% e respondem por 70,3% do valor total das transações.
Obs. Correção do nº de transações em função dos portes das operações - até $500MM, do 3º trim/15, sem alteração do total
Crescimento de 82,3% do montante em relação ao mês anterior. Quanto aos montantes dos negócios realizados em outubro de 2015, estima-se o total de R$ 26,3 bilhões, representando um crescimento de 75,9%, em relação ao mês anterior - considerando Valores Divulgados ( 75,9%) e Não Divulgados (24,1%).
O valor total dos negócios nos primeiros dez meses de 2015, alcançou R$ 204,2 bilhões, representando um crescimento de 16,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Obs. Correção do montante das transações por porte das operações - até $500MM e Total, do 3º trim/15.
ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO foi o setor de maior expressão entre os investimentos realizados nos primeiros dez meses do ano, no cômputo total dos investimentos - com R$ 54,3 bilhões.
No gráfico dos setores TOP's, abaixo, estão relacionados por ordem de relevância os investimentos acumulados, por setor, realizados no ano e comparativo com o ano anterior.
Investidores estratégicos estão com maior apetite - O maior apetite em outubro ficou por conta dos investidores Estratégicos com 58 operações (79,5%), e responderam por 91,4% dos montantes investidos.
No quadro abaixo mostra a evolução do número de transações nos primeiros dez meses em termos investidor estratégico e financeiro, sendo que o maior crescimento no período ficou por conta dos Investidores Financeiros, com 22,8%.
Predomínio dos investidores Nacionais em volume e em valor no acumulado do ano - Sob a ótica do país de origem do investidor, os de origem Nacional predominaram com 56,2% das operações e 16,0% dos montantes investidos no mês de outubro. Os de origem Estrangeira responderam por 43,8% dos negócios e 84,0% dos valores envolvidos.
No acumulado dos primeiros dez meses, os investidores de origem Nacional predominaram com 57,8% das operações e 52,3% dos investimentos realizados.
Na evolução do número de transações nos primeiros dez meses em termos investidor de capital nacional e capital estrangeiro comparativamente com o mesmo período de ano anterior, o maior crescimento ficou por conta do investidor de capital nacional em 20,6%.
Desinvestimento: 87 projetos representam R$ 107 bilhões - Visando acompanhar o impacto nas empresas e em M&A por conta do Operação LavaJato e da crise econômica (elevado endividamento/ recessão..), mapeou-se os principais projetos que estão sendo anunciados pela imprensa como desinvestimentos ou considerados como tal.
Na relação de empresas destacam-se os setores de Infraestrutura, Petróleo e Gás, Energia… Dentre as empresas, o maior número de operações de desinvestimentos anunciadas ficaram por conta da Petrobras, Vale, Eletrobrás e construtoras. No total das transações, destaque para a Petrobrás que anunciou programa de desinvestimento segregado em dois períodos: o montante de R$ 15,0 bilhões (R$ 40,0 bilhões) para o biênio 2015 e 2016. O montante de US$ 40,0 bilhões para 2017 a 2020.
Em 2015, já foram identificadas como Desinvestimentos 87 projetos no montante de R$ 107 bilhões ( neste levantamento considerou-se somente o montante de R$ 40,0 bilhões da Petrobrás referente ao primeiro biênio).
Maior transação do mês - A maior transação no mês de outubro/15, foi a empresa britânica BAT assumindo o controle quase total da Souza Cruz. A British American Tobacco (BAT) controla 97,7% da empresa de tabaco brasileira Souza Cruz, como resultado de sua oferta aos acionistas minoritários. A BAT fez uma oferta de 2,625 bilhões de dólares por 24,7% da Souza Cruz que ainda não controlava. O sucesso da oferta permite retirar a Souza Cruz das cotações da Bolsa de São Paulo.16/10/2015
“PERCEPÇÕES” DO MERCADO - notícias que se destacaram:
Com a crise, empresas fazem saldão de ativos de R$ 150 bi. Afetadas pela crise econômica, preocupadas em aumentar a geração de caixa ou em se adaptar à nova realidade do mercado — focando em segmentos mais estratégicos e lucrativos —, empresas públicas e privadas estão promovendo um verdadeiro saldão de ativos. Levantamento feito pelo GLOBO em diferentes setores aponta que as companhias estão tentando se desfazer de ao menos R$ 149,6 bilhões. Para se ter uma ideia do tamanho desta operação, a cifra equivale ao Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia no ano passado. O montante é pouco superior ao impacto causado pela Operação LavaJato, da Polícia Federal, na economia brasileira em 2015, segundo cálculos da GO Associados (R$ 140 bilhões). Na lista de empresas, estão Petrobras, Vale, Eletrobras e Infraero. As construtoras, afetadas pela Operação Lava-Jato, também entraram em temporada de liquidação, que inclui a venda de participações em diversas concessões. Analistas destacam que, apesar da instabilidade econômica, a forte alta do dólar — muito próximo dos R$ 4 — contribui para atrair investidores estrangeiros. — O Brasil está barato. Houve desvalorização de 60% a 70% no valor dos ativos nos últimos 12 meses por causa da alta do dólar. A crise econômica pode durar até três anos e que a turbulência política, apesar de criar instabilidade institucional, é menor que os problemas políticos e sociais de outros emergentes, como os países do Leste Europeu e do Oriente Médio. 05/10/2015
Brasil está à venda - e barato -, mas ninguém quer comprar. Apesar da alta do dólar, que torna ativos brasileiros mais baratos para estrangeiros, a participação desses ativos nas fusões e aquisições em 2015 não aumentou. Além disso, o número de operações neste ano está menor que em anos anteriores. O dólar mais alto e o grande número de ativos à venda no Brasil ainda não despertaram o apetite dos estrangeiros por negócios brasileiros. Esses investidores também não ampliaram muito sua participação na compra de empresas brasileiras. Para o sócio da PwC Brasil e especialista em fusões e aquisições, Rogério Gollo, a expectativa de que a moeda norte-americana continue se valorizando ainda mais, a apreensão com os rumos da inflação e as dúvidas quanto à capacidade do país de retomar o crescimento econômico no curto prazo deixam os investidores estrangeiros inseguros em relação ao país. Para Gollo, há um grande número de ativos disponíveis, e são as operações que não têm sido concluídas. Em média entre a oferta e a conclusão do negócio há um prazo de oito a 18 meses. De acordo com ele, os preços das ofertas estão menores. “As compras e vendas de empresas ficaram mais baratas. O preço absoluto tem caído”, afirmou. Isso porque os vendedores estão pedindo menos pelos ativos, principalmente em decorrência da queda no lucro. 30/10/2015
Com crise e real barato, país terá mais aquisições em 2016. Negociação: pelo aumento de transações em fase inicial no trimestre, Intralinks prevê mais acordos em 2016. Por conta da desvalorização do real e das dificuldades econômicas, o próximo ano deve começar com muitas fusões e aquisições no Brasil e também na América Latina. Por meio da coleta dados do mercado, monitora transações antes de a empresa fazer uma proposta para comprar ou se fundir a elas. A partir daí, é possível prever os negócios que terão anúncio público dentro dos próximos seis meses, com índice de precisão de 95%.29/10/2015
Ritmo de fusões deve se intensificar na reta final de 2015. O mercado de compra e venda de participação societária no Brasil deve ganhar força no final de 2015, à medida que a expectativa de um cenário de prolongada fraqueza econômica do país esvazia as esperanças de empresas financeiramente enfraquecidas rolarem dívidas ou obter recursos via mercado de capitais. A condição relativamente mais estável do câmbio, após meses de forte declínio do real frente ao dólar, e a expectativa de aumento da alíquota do Imposto de Renda sobre ganhos de capital em bens como ações também estão acelerando conversas já mais avançadas, segundo especialistas ouvidos pela Reuters. ” Um dos setores que deve se destacar no anúncio de transações nos próximos dois meses é o das empreiteiras, boa parte delas direta ou indiretamente fragilizada pela crise no setor de óleo e gás, em parte como resultado da operação Lava Jato, que investiga um esquema multibilionário de corrupção na Petrobras. "Como a economia não melhorou, empresas em dificuldades viram que não tinham muitas opções a não ser vender ativos ou buscar um sócio estratégico”.30/10/2015
'Estamos falando aqui de recessão sobre recessão’. Para economistas que convivem com o dia a dia dos investidores, a crise será longa; pode levar as contas públicas ao colapso e desestruturar o setor produtivo. Para orientar decisões de investimento, parte do trabalho deles é fazer a ponte entre os números frios dos indicadores e o desempenho da economia real. O trio hoje é categórico: dias piores virão. A raiz do problema não é apenas o desarranjo econômico, mas o impasse político, que impede o andamento de uma agenda de reformas vitais para destravar os negócios e devolver a confiança ao País. Enquanto o nó não for desatado, eles preveem que a recessão de 2015 tende a se estender por 2016 – e talvez ir mais adiante.31/10/2015
SUMÁRIO DOS DESTAQUES DO MÊS - FUSÕES E AQUISIÇÕES
A ordem da relação das transações de Fusões e Aquisições segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e/ou postadas no blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. e podem ser localizadas nos endereços abaixo.
DESTAQUES DA:
• SEMANA DE 26/out a 01/nov/15
• SEMANA DE 19 a 25/out/15
• SEMANA DE 12 a 18/out/15
• SEMANA DE 05 a 11/out/15
• SEMANA DE 28/set a 04/out/15
DESTAQUES DO MÊS ANTERIOR
• FUSÕES E AQUISIÇÕES: 55 TRANSAÇÕES REALIZADAS EM SETEMBRO/2015
• TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em setembro/2015
M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.
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