25 novembro 2015

Crescimento só no 2º semestre de 2016

Previsão foi feita por Nelson Barbosa. Levy defende ajuste para reduzir juros

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse ontem que espera uma recuperação da economia no segundo semestre do ano que vem. Segundo ele, o comércio exterior e os investimentos em infraestrutura devem puxar a melhora da economia em 2016. Segunda-feira, o governo reviu as projeções para o próximo ano, prevendo queda de 1,9% na economia ante desempenho positivo de 0,5%.
— As estimativas indicam a percepção do mercado hoje. Não significa que é uma realidade inevitável. Nós podemos recuperar o crescimento mais rapidamente e estamos trabalhando para isso — disse Barbosa durante o seminário de infraestrutura promovido pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
Segundo ele, os investimentos em infraestrutura devem melhorar com os diversos projetos que o governo pretende licitar. Uma que deve ser realizada entre o fim deste ano e o início de 2016 é a de quatro terminais portuários. Barbosa ressaltou ainda que o governo deve mudar as regras nos próximos leilões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos para atrair investidores estrangeiros.
— Na concessão de uma rodovia o ganhador não terá de realizar investimentos em duplicação de via nos primeiros cinco anos de operação. Essas obras serão feitas sob demanda e esse prazo pode ser adiantado ou atrasado. Além disso, vamos estender o prazo entre a publicação do edital e o leilão. Isso pode atrair mais os investidores estrangeiros.
Ao participar de audiência na Câmara dos Deputados para discutir o projeto que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu o ajuste fiscal como forma de permitir a redução dos juros. Segundo ele, quando o ajuste for concluído, as taxas vão cair e todos se sentirão “mais confortáveis”.
— Certamente, a diminuição dos juros é importante. A redução persistente depende muito do equilíbrio fiscal, da poupança pública e da privada. Recentemente, tivemos juros baixos, mas isso não foi possível se prolongar, pois houve aumento de despesas públicas. Houve um quadro de impulso fiscal que pressionou inflação e, com a piora do quadro externo, o esforço que o Banco Central havia feito (de redução dos juros) não pôde persistir no tempo —disse o ministro da Fazenda.E

LEVY DEFENDE DESVINCULAÇÃO

Levy defendeu a DRU como uma medida importante para a gestão orçamentária diante do fato de que 90% das despesas primárias do governo federal, na verdade, já estão comprometidas. Assim, um mecanismo pelo qual o governo possa administrar 30% do orçamento público livremente se torna importante.
— Se nós considerarmos as chamadas despesas primárias, 90% delas já são determinadas. Há despesas de funcionamento e programas que são ditos discricionários. Mas sabemos a importância deles. Bolsa Família não é obrigatório, mas é sobre o Bolsa Família que vai recair o ajuste? — questionou Levy.
O ministro também disse que não mudou seu discurso. Interlocutores da Fazenda têm observado que, a pedido do Palácio do Planalto, Levy não tem falado apenas em ajuste fiscal, mas destacado a agenda do crescimento:
— Eu sempre abordei a questão do crescimento. O Brasil não cresceu no ano passado e não está crescendo este ano. A gente gostaria que ele tivesse crescimento no ano que vem.   Autor: ANA PAULA MACHADO, MARTHA BECK E BÁRBARA NASCIMENTO - O Globo Leia mais em cliptvnews 25/11/2015

25 novembro 2015



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