André Esteves: após prisão do banqueiro, BTG Pactual pode se desfazer de participação de 12% na rede de hospitais D'Or
Em negociação que começou neste domingo, 29, e pode ser anunciada ainda hoje, o BTG Pactual, na esteira da prisão de André Esteves e do derretimento de suas ações desde a última quarta-feira, se prepara para se desfazer de um de seus principais ativos: a participação de 12% na rede de hospitais D'Or, que tem entre seus sócios o fundo de private equity americano Carlyle e o fundo soberano de Cingapura, o GIC.
Segundo apurou o jornal "O Estado de S. Paulo", o GIC deve fechar rapidamente a compra da fatia remanescente do BTG na rede de hospitais, segundos fontes próximas à operação. O valor da negociação estaria próximo de R$ 2 bilhões.
O BTG tem pressa para fechar o negócio. Na última quarta-feira, 25, o presidente do banco, André Esteves, foi preso em uma nova fase da Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras. No mesmo dia, o senador Delcídio Amaral (PT) também foi preso, acusado de tentar obstruir as investigações da Polícia Federal. Ao fechar o negócio, o BTG tenta mostrar ao mercado que está bem capitalizado e pode atravessar o período de turbulência provocado pela prisão de Esteves.
O GIC entrou no negócio, fundado pela família Moll, em maio deste ano, ao comprar por R$ 3,2 bilhões uma fatia de 16%, em uma venda em que tanto o BTG quanto os fundadores se desfizeram de participação. O BTG havia comprado 25,6% da rede de hospitais em 2010 (por R$ 600 milhões), mas, com dificuldades em sua área de private equity, começou a se desfazer de participações no início do ano. Em abril, o banco já havia tido a participação diluída no negócio quando o Carlyle investiu R$ 1,75 bilhão no D'Or e passou a ter 8,3% do negócio.
A preferência pela negociação emergencial com o D'Or, segundo uma fonte com conhecimento do assunto, se dá pela capacidade financeira do fundo soberano GIC de tomar decisões rápidas. "Eles gostam do negócio, estão satisfeitos e têm condições de agir rápido", afirmou a fonte. A rede D'Or está presente sobretudo em São Paulo e no Rio e tem uma cadeia de 27 hospitais próprios, além de ser responsável pela administração de outros dois empreendimentos.
Na área de negócios, a rede D'Or é considerada o melhor ativo do BTG. O banco foi criticado por vários investimentos que se revelaram malfadados, como a Sete Brasil, cuja tese de investimento foi colocada em xeque após o início da Operação Lava Jato, e BR Pharma, que passa por ajustes e pode exigir novos aportes por parte do banco. Há ainda a rede de lojas Leader, cujo negócio está sendo reestruturado com a ajuda do consultor Enéas Pestana, ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar.
Procurados pela reportagem, GIC, BTG e Rede D`Or não retornaram os pedidos de entrevista até o fechamento desta reportagem.
Fontes afirmaram que o Carlyle já teria manifestado interesse, nos últimos meses, em adquirir a participação do BTG no negócio, mas o GIC saiu na frente por ter mais liquidez. Por Fernando Scheller, do Estadão Mônica Scaramuzzo e Sonia Racy, do Estadão Leia mais em exame 29/11/2015
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BTG deve vender fatia na Rede D'Or a fundo GIC por quase R$2,5 bi, diz fonte
O grupo BTG Pactual concordou em vender sua participação de 12 por cento na Rede D'Or São Luiz, a maior de hospitais do Brasil, por quase 2,5 bilhões de reais, para um de seus sócios no negócio, o fundo soberano de Cingapura GIC, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto.
O anúncio pode ocorrer na segunda-feira, disse a fonte, que preferiu ficar no anonimato. O GIC já tem 16 por cento na rede de hospitais.
A negociação ocorre com o banco lidando com as consequências da prisão do seu presidente, André Esteves, na última semana.
Os executivos do banco com sede em São Paulo vinham negociando a fatia na Rede D'Or desde agosto, embora a prisão de Esteves tenha "acelerado as negociações", disseram mais cedo outras duas fontes, que pediram anonimato porque o processo continua privado.
O GIC já havia pago 3,3 bilhões de reais pelos 16 por cento da Rede D'Or, em maio.
O BTG Pactual não se pronunciou, assim como representantes do Carlyle Group LP, outro sócio na rede de hospitais.
A bilionária família Moll, também sócia na Rede D'Or, não pôde ser contatada imediatamente.
Um acordo poderia ajudar a BTG Pactual a repor parte do dinheiro que deixou a instituição desde a detenção Esteves na quarta-feira.
Esteves foi preso no dia 25 de novembro por suspeita de que teria agido para obstruir uma investigação sobre possíveis subornos apurados pela operação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção do país. Por Guillermo Parra-Bernal e Tatiana Bautzer (Reuters) - Leia mais em bol.uol 29/11/2015
29 novembro 2015
BTG negocia venda da rede d'Or em caráter de emergência
domingo, novembro 29, 2015
Compra de empresa, crise, Desinvestimento, Plano de Negócio, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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