30 novembro 2015

Endividamento de empresas brasileiras deve piorar em 2016, diz Fitch

A combinação de fraca atividade econômica brasileira e aumento das taxas de juros dos empréstimos deve pressionar as métricas de endividamento da maioria das empresas do país em 2016, disse nesta segunda-feira (30) a agência de classificação de risco Fitch.

Em relatório, a agência citou nominalmente empresas como as siderúrgicas CSN e Usiminas, que poderiam se tornar inviáveis diante desse cenário. Além disso, a Fitch considerou que companhias como o grupo Camargo Corrêa, a Eletrobras e Oi podem ter suas notas de crédito rebaixadas.

"O aumento das taxas de juros brasileiras têm impedido a geração de fluxo de caixa livre (FCF), ameaçando a viabilidade de empresas como CSN e Usiminas e contribuindo para os downgrades da Camargo Corrêa, Eletrobras e Oi ", disse Cristina Madero,

A Fitch ressaltou que a taxa Selic subiu de 7,25% para 14,25% ao ano desde 2013. Além disso, a linha de crédito mais barata do BNDES, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), passou de 5% para 7% ao ano.

A Fitch calculou que 32% das companhias avaliadas por ela no país hoje gastam mais de metade do resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) com serviço da dívida, ante 24% no fim de 2013.

"A maioria dos emissores não é capaz de evitar um aumento do custo da dívida local. Os mercados de capitais internacionais permanecem fechados para a maioria das empresas, devido a preocupações ligadas à deterioração do ambiente político e econômico do Brasil e incertezas relacionadas a várias investigações de corrupção", comentou a Fitch.

A agência lembrou ainda que apenas seis empresas brasileiras conseguiram acessar o mercado em 2015: Petrobras, Votorantim Cimentos, Oi, Embraer, Globo e BRF. Em 2014, 36 companhias haviam conseguido emitir papéis no mercado. (Por Aluisio Alves) Reuters  Leia mais em bol.uol 30/11/2015

30 novembro 2015



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