Marfrig planeja continuar com desinvestimentos em logística

A estratégia da Marfrig para reduzir o seu endividamento líquido daqui para frente não passará apenas pela melhora do desempenho operacional da companhia, que anunciou hoje resultados recordes.

A cobrada geração positiva de caixa na empresa deverá aparecer, também, com recursos oriundos da venda de alguns ativos. Sem antecipar detalhes, o diretor de relações com investidores da Marfrig, Ricardo Florence dos Santos, informou que a companhia “pretende continuar atuando fortemente em desinvestimento em logística.”

A declaração do executivo foi feita durante teleconferência com analistas realizada há pouco. Questionado sobre a possível venda do terminal portuário da Seara, em Itajaí, Florence disse apenas que qualquer avanço em negociações desse tipo serão anunciadas ao mercado por comunicado oficial.

Já com relação à paralisação temporária das atividades em nove unidades (sete no Brasil, uma na Argentina e uma no Uruguai) no trimestre, o executivo disse que “por enquanto, não há intenção da companhia em se desfazer da unidades.” A princípio, a paralisação foi um ajustes operacional, pelo qual a Marfrig conseguiu ampliar de 60% para 70% a utilização de capacidade na comparação anual.

Em setembro, a Marfrig anunciou a venda da área de logística da Keystone, por US$ 400 milhões, para a americana Martin-Brower. “Os recursos servirão para reduzir o endividamento, mas também para sustentar o nosso plano de investimentos”, declarou.

A companhia divulgou hoje um geração positiva de caixa operacional de R$ 310,5 milhões, revertendo um resultado negativo em R$ 359, milhões registrado um ano antes. Em relação ao segundo trimestre deste ano, houve um avanço de 184%.

Apesar de um prejuízo de R$ 540 milhões que ocorreu, principalmente, devido à piora no seu resultado financeiro, a Marfrig anunciou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 637,5 milhões, mais que o dobro do que o registrado do terceiro trimestre de 2010 — R$ 236,7 milhões. A margem Ebitda, por sua vez, evoluiu de 6,2% para 11,5% na passagem anual. “Existem condições para operar em margens melhores que a de hoje”, disse o executivo.

Aparentemente, os números foram aprovados pelos investidores. Às 16h51 de hoje, as ações da Marfrig operavam em alta de 13,65% - a maior dentre as empresas do Índice Bovespa -cotadas a R$ 7,16. Por Marina Falcão
Fonte:Valor11/11/2011

11 novembro 2011