01 setembro 2011

Investidor de IPO do UOL perderá 5,5% no fechamento de capital.

O investidor que comprou ações do Universo On Line (UOL) em dezembro de 2005 e que as vender agora na saída da empresa da Bolsa irá perder 5,5% do capital aplicado. Isso acontece porque os papéis foram vendidos a 18 reais na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e agora serão recomprados pelo acionista controlador, a Folhapar, por 17 reais, cinco anos e meio depois. No mesmo período, o Ibovespa – principal índice de ações da bolsa brasileira – ganhou 66,8%.

O Bradesco BBI, banco de investimentos contratado para avaliar as ações do UOL na OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Folhapar, chegou a um valor ainda menor, de 16,83 reais. Mesmo assim, a controladora confirmou a intenção de realizar a oferta preço de 17 reais, com reajuste pela Selic a partir de 26 de julho, data do lançamento da oferta. Em 1º de agosto, um grupo que detém aproximadamente 70% das ações enviou uma carta para a Folhapar para pedir um preço mais atraente na oferta. Mas não adiantou.

Na carta, os gestores afirmam entender a decisão de promover o fechamento do capital, entretanto, pedem que o preço ofertado reflita uma avaliação justa. Eles dizem que o valor precisaria considerar “as sinergias originadas nas suas aquisições, múltiplos de transações comparáveis, múltiplos de mercado, assim como demais fatores relevantes que afetem o seu valor”.

O UOL que chegou à Bolsa em 2005 era muito diferente daquele que lhe pode dar adeus em 2011. Na época, a empresa era essencialmente um provedor de Internet 80% de cuja receita eram ligados a assinaturas, e 20%, a publicidade.

No primeiro semestre de 2011, por exemplo, essa relação chegou a 65% para publicidade e 35% para assinaturas. O UOL, contudo, mudou o seu perfil de atuação depois da compra da PlugIn em 2007 e da Diveo em 2010 por aproximadamente R$ 700 milhões. A aquisição da Diveo, focada em hosting corporativo, encerrou ainda os questionamentos dos investidores para as razões que fizeram a empresa carregar um caixa quase bilionário durante anos, isso sem distribuir o lucro para os acionistas.

Analistas do Credit Suisse projetavam no final de junho que o UOL, após finalizar sua fase de investimentos em data centers (prevista para ocorrer entre este ano e 2012), poderia ampliar seu lucro líquido em 20% a partir de 2013, na comparação com o ano anterior.

“Não consideramos essa oferta atraente, já que o preço máximo da oferta está 19% abaixo da nossa visão de preço justo para as ações”, disseram Jacqueline Lison e Mateus Renault, da Fator Corretora, em um relatório publicado no final de julho. A Fator tem um preço-alvo de R$ 21 para os papéis.
Fonte:dci01/09/2011

01 setembro 2011



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