16 setembro 2020

Na pandemia, negócios da saúde atraem fundos

A rede de hospitais de transição Placi recebeu R$ 30 milhões do fundo de capital sustentável Blue Like an Orange, com foco em sua expansão nos próximos anos. O aporte reafirma o interesse de investidores e fundos em empresas que tiveram seus negócios impulsionados em meio a pandemia, conta o Valor Econômico. Os chamados hospitais de transição atendem pacientes que precisam de cuidados médicos, mas dispensam tratamentos intensivos. As unidades vêm recebendo pacientes de covid-19, permitindo sua consolidação no Brasil.

Em junho, o Blue Like an Orange concluiu a captação de mais de US$ 200 milhões para o seu primeiro fundo para a América Latina. Os investidores incluem AXA, HSBC, CNP Assurances, BNP Paribas Cardif, SG Insurance, MACSF, e family offices. 'Com os R$ 30 milhões mais recursos de geração de caixa e parceiros imobiliários, poderemos fazer investimentos totais de R$ 140 milhões para concluir a expansão. Mapeamos ter 900 leitos ao fim de cinco anos', disse o diretor-presidente do Placi, Carlos Alberto Chiesa. O Placi tem uma unidade no Rio, que será duplicada, e outra em Niterói. E vai investir em dois hospitais no Distrito Federal.

A rede recebeu os investimentos diretamente, mas faz parte de um fundo de private equity (FIP), desde 2013, da gestora FinHealth, com foco em saúde. O FIP é o BBI Financial, que tem entre os investidores a Funcef, fundo de pensão da Caixa, que tem 17% do fundo. Segundo a fundação, o ganho projetado é de 27% ao ano, entre 2012 e 2019. Para 2020, são esperados ganhos ainda maiores, por causa do bom desempenho das investidas no combate ao coronavírus.

“O fundo já vinha bem e com a pandemia se destacou”, disse a diretora de participações societárias e imobiliárias da Funcef, Andréa Morata Videira. Além do Placi, entre as investidas, também está a Mendelics, especializada em testes genômicos. Ela desenvolveu, junto com o Hospital Sírio-Libanês, um exame de saliva que identifica o novo coronavírus em sua fase aguda em uma hora, por R$ 95 em média.

Outra é a Timpel, que produz um tomógrafo que custa dez vezes menos que o convencional e está sendo usado no tratamento de pacientes com covid-19 no mercado internacional.

A diretora da Funcef lembra que há um movimento grande de investidores voltado para as healthtechs em meio a necessidade de uma solução mais rápida para a pandemia. Recentemente, o Softbank anunciou um aporte na iClinic, healthtech especializada em desenvolvimento de tecnologia para médicos, clínicas e consultórios. O valor não foi divulgado. Enquanto isso, outras empresas buscam alternativas e investidores.

A Caren, criada em 2018 para oferecer serviços de telemedicina no Brasil, lançou uma plataforma de autoavaliação gratuita de coronavírus. Em maio,fechou uma parceria com a Unicamp para desenvolver um sistema de triagem on-line para o Hospital de Clínicas de Campinas. “Temos conversas abertas. Já fomos procurados por fundos de investimentos”, disse o presidente da empresa, Thiago Bonfim.

A Unike Technologies, especializada no uso de biometria, fez uma parceria, de forma voluntária, com grupos de pesquisa científica das Universidades de Cambridge e Carnegie Mellon para uma pesquisa que auxilia no monitoramento e combate à covid-19. O objetivo é identificar infectados pelo vírus por meio da voz, além de monitoramento de sinais vitais por vídeo. “Esse projeto traz acesso a novas tecnologias e isso ajuda. Colhemos benefícios de participar de grupos de discussão lá fora. Há investidores tentando internacionalizar a Unike”, afirmou o presidente, André Barretto.  Valor Econômico - Leia mais em sindisegs 16/09/2020




16 setembro 2020



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