Empresa aguarda mudança regulatória da CVM para se capitalizar via abertura de capital
A Instrução CVM 497, que trata da atividade do agente autônomo de investimento, só permite ao escritório de assessoria financeira ter em seu quadro societário pessoas físicas com o certificado profissional da categoria, concedido pela Ancord.
Felipe Bichara e Samy Botsman, os dois principais sócios do escritório Faros Investimentos, com cerca de R$ 10 bilhões sob custódia, acompanham com lupa a audiência pública a qual a norma foi submetida pela Comissão de Valores Mobiliários, no ano passado.
Isso porque, quando a legislação permitir a entrada de sócios estratégicos no negócio, o que os executivos esperam para 2021, a Faros pretende se tornar o primeiro escritório de agente autônomo do país a abrir capital na Bolsa.
Segundo a dupla, não é de hoje que chegam sondagens de grandes investidores, sejam pessoas físicas de elevado patrimônio ou, como ocorreu mais recentemente, fundos de private equity, interessados no crescimento do negócio.
Diferentemente de fundos de ações, que compram os papéis na Bolsa, os de private equity montam grandes participações em companhias de capital fechado. Por essa razão, a saída do investimento não costuma ser trivial, e ocorre em muitos casos por meio de IPOs (ofertas públicas inicias de ações, na sigla em inglês).
Nesse contexto, nas conversas dos sócios do Faros com fundos de private equity, além de um possível aporte, um dos temas abordados já se refere a como se daria a saída dos sócios.
Foi dessa forma que surgiu a ideia da abertura de capital em Bolsa, que o escritório planeja para o ano que vem, quando espera que a regulação da CVM tenha sido alterada, permitindo a entrada na companhia de investidores que não apenas agentes autônomos.
Resiliência na crise
A ideia é que o lançamento de ações seja feito no mercado acionário brasileiro. “Não temos o mesmo porte da XP para fazer uma abertura na bolsa americana”, diz Botsman.
Em um cenário de juros baixos e busca cada vez maior por diversificação do patrimônio, que inclusive tem levado a uma disputa entre as plataformas digitais de investimento pelos grandes escritórios de assessoria financeira, o fortalecimento das operações com uma capitalização ganhou ainda mais sentido, afirma o sócio.
Segundo Botsman, pela própria regulação imposta hoje pela CVM, a XP não tem participação no negócio, embora já tenha demonstrado interesse, até pelo crescimento destacado da casa, mesmo em um ano marcado pela pandemia.
Em 2012, o escritório contava com uma carteira administrada de R$ 350 milhões, que cresceu para cerca de R$ 7,5 bilhões ao fim de 2019 e para os R$ 10 bilhões atuais. Os sócios projetam que o valor possa chegar a R$ 12 bilhões em dezembro ...Leia mais em infomoney 10/09/2020
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