O sistema Coca-Cola — como são conhecidos os engarrafadores da marca — está em polvorosa com negociações de fusões e aquisições entre várias empresas.
No Peru, a engarrafadora local, Corporación Lindley, está em conversas adiantadas para se fundir com a Arca, a segunda maior engarrafadora do México.
Mas uma operação maior ainda pode estar sendo costurada. Segundo o jornal chileno Pulso, a Arca e a Coca-Cola Femsa — a maior engarrafadora da Coca no mundo, com operações que vão do México ao Brasil e às Filipinas — estão explorando uma fusão com a Andina, que engarrafa a Coca-Cola no Cone Sul: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Segundo o jornal chileno, o JP Morgan, historicamente o banqueiro da Andina, está liderando o processo. A notícia fez a ação da Andina disparar 12% na Bolsa do Chile antes de ser suspensa. No final do dia, o ADR da Andina subia 14% na Bolsa de Nova York.
Há duas forças trabalhando para que o M&A volte a ter gás no sistema Coca-Cola.
Primeiro, a matriz da Coca em Atlanta acaba de suspender a proibição, que já durava dois anos, para novas fusões entre as engarrafadoras.
A Coca-Cola limitou as fusões entre sua franquiadas em setembro/outubro de 2013, depois de considerar que o resultado de dois anos frenéticos de consolidação entre as empresas estava sendo prejudicial ao sistema.
Entre 2012 e 2013, numa série de transações, algumas engarrafadoras começaram a invadir o território de outras, o que matava as sinergias geográficas que são tão preciosas à logística de distribuição.
Além disso, os preços começaram a decolar: num dos maiores negócios já feitos no sistema, a Coca-Cola FEMSA pagou 4,3 bilhões de reais pela Spaipa, a engarrafadora em partes de São Paulo e no interior do Paraná, um múltiplo de 15,8 vezes a geração de caixa da empresa comprada. A compra da Spaipa, a segunda maior engarrafadora do Brasil depois da Solar, aumentou o volume engarrafado pela FEMSA no País em 40%.
“Quando você paga caro por uma empresa dessas, você tem que maximizar seu resultado logo, e aí começaram a haver cortes de investimento que estavam prejudicando a marca.”
Atlanta interveio e decretou um congelamento na atividade de fusões por um ano e, em setembro de 2014, renovou a proibição até julho de 2015.
O segundo movimento que deve impulsionar as fusões nos próximos meses é a liquidez da FEMSA. Desde maio, a FEMSA está livre para vender a participação de 20% que detém na Heineken, o que deve lhe render cerca de 9 bilhões de dólares (antes dos impostos). “A FEMSA está supercapitalizada e buscando negócios,” diz uma fonte do setor. “Estão conversando com todo mundo.”
Há sete engarrafadoras da Coca-Cola na mão de famílias brasileiras. Por Geraldo Samor - correspondente no Brasil do The Wall Street Journal, da agência Dow Jones e da International Financing Review (IFR). Foi produtor do Podcast Rio Bravo e consultor de hedge funds americanos com investimentos no Brasil. Desde 2014, é responsável pelo VEJA Mercados. Leia mais em veja.mercados 17/08/2015
18 agosto 2015
No sistema Coca-Cola, as fusões voltam com gás
terça-feira, agosto 18, 2015
Alimentos, Compra de empresa, Fusões, Oportunidades, Plano de Negócio, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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