26 agosto 2015

Após CVC, Carlyle compra agências de turismo no Peru

Depois da operadora de viagens brasileira CVC, o fundo americano Carlyle decidiu reforçar a aposta no setor de turismo com a compra do controle das empresas peruanas Condor Travel e Nuevo Mundo. Foi o segundo negócio no país vizinho em pouco mais de uma semana, em mais uma demonstração do apetite da gestora por aquisições na região, incluindo o Brasil.

O fundo de private equity passará a deter 85% do capital das empresas, que, juntas, têm uma geração de caixa (Ebitda) de US$ 12 milhões (R$ 42 milhões) e vêm registrando crescimento anual da ordem de 20% nos últimos cinco anos, segundo Juan Carlos Felix, corresponsável pelo escritório do Carlyle na América do Sul. O valor do negócio, que será anunciado hoje, não foi divulgado.

As empresas têm atuações complementares e serão unidas em uma única holding. Enquanto a Condor opera principalmente na recepção de turistas estrangeiros que chegam ao Peru, a Nuevo Mundo trabalha de forma semelhante à CVC, na venda de pacotes locais e externos para peruanos.

As negociações para a compra das companhias levaram um ano e meio e ocorreram de forma paralela. "São duas boas empresas, mas individualmente pequenas para o nosso fundo", diz Felix. A participação foi adquirida dos fundadores das operadoras e, no caso da Condor, também do fundo Abraaj, com sede em Dubai.

A aposta do Carlyle no setor de turismo no Peru guarda semelhanças com o investimento realizado na CVC. "Assim como o Brasil, o Peru está em transformação após o crescimento econômico dos últimos anos e o aumento da renda da classe média", afirma.

Com as empresas de turismo, o número de aquisições do Carlyle no Peru sobe para quatro. A gestora, que há dois anos captou um fundo de US$ 358 milhões dedicado ao país, também detém participações na empresa de segurança Liderman e, na semana passada, anunciou a compra da Hermes, de transporte de valores.

Incluindo a aquisição de uma participação de 8% do capital da Rede D'Or, maior grupo de hospitais do país, por R$ 1,75 bilhão, o fundo americano já fechou quatro negócios na América do Sul apenas neste ano. E o número pode subir caso a gestora conclua as aquisições da Uniasselvi, instituição de ensino a distância controlada pela Kroton, e da empresa de assistência especializada Tempo.

A atuação do Carlyle ocorre na direção contrária da maior parte dos investidores, que tem reduzido a exposição a economias emergentes. "As melhores 'safras' de fundos de private equity costumam ser aquelas que investem em momentos de crise", diz Felix.

No Brasil, a gestora tem procurado oportunidades em empresas cujo desempenho tenha menor correlação com o ambiente macroeconômico. "Para quem sabe escolher o setor e o ativo, é um bom momento para investir", afirma Felix, que não comentou casos específicos. O Carlyle fechou neste ano a captação de um fundo local de R$ 700 milhões para investimentos no país. Os planos da gestora incluem ainda lançar no ano que vem um novo fundo regional para substituir o atual, de pouco menos de US$ 800 milhões e que já está praticamente investido. Valor Econômico - Vinícius Pinheiro - Leia mais em nmaa 25/08/2015


26 agosto 2015



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