31 agosto 2015

Dólar caro estimula onda de fechamento de capital

A desvalorização do real perante o dólar, que atingiu 17% em menos de dois meses, estimulou o avanço de operações de fechamento de capital e, portanto, de retirada de empresas da bolsa brasileira. Somado ao baixo valor dos ativos listados no país, o câmbio passou a representar uma economia expressiva de custos para grupos estrangeiros na compra de ações de minoritários nas companhias. A conjuntura mudou tanto que, em apenas dois casos, o gasto com essas compras cairão cerca de US$ 540 milhões.

O exemplo mais expressivo é o da fabricante de cigarros Souza Cruz, uma companhia que está na bolsa há quase 70 anos e cujas ações já fizeram a alegria de muitos investidores, que recebiam dividendos polpudos. Em fevereiro, a controladora British American Tobacco Americas (BAT) anunciou a intenção de fechar o capital da empresa. Na época do anúncio da oferta, gastaria US$ 3,43
bilhões para comprar as ações em mercado. Agora, a conta ajustada pelo dólar caiu para cerca de US$ 3 bilhões, mesmo com a BAT elevando em quase 6% a oferta em reais.

Caso semelhante ocorre com a Providência, que fabrica, por exemplo, insumos para o setor de saúde. Em junho deste ano, a nova controladora anunciou oferta aos minoritários, decorrente da compra do controle, prevendo desembolso de US$ 100,9 milhões. Em acordo feito neste mês, o gasto caiu para US$ 60,3 milhões.

Os dois exemplos ilustram um quadro de forte aumento nas ofertas para aquisição de ações (OPAs) no mercado de capitais brasileiro, que sofre na esteira da economia cambaleante, resultados fracos das empresas e falta de confiança do investidor local. Existem atualmente 15 OPAs em andamento, número que inclui as que foram registradas desde janeiro e as anunciadas, mas ainda não arquivadas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No ano passado, esse número foi de seis e, em 2013, de nove. Por Daniela Meibak | De São Paulo Valor Econômico Leia mais em sinicon em 31/08/2015

31 agosto 2015



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