22 junho 2014

Geração Y ocupa grande parcela do número total de empreendedores do Brasil

Pesquisa, feita pela Universum a pedido do site Exame.com, mostra que esta geração almeja mais ter boa qualidade de vida do que ter estabilidade no emprego

Eles cresceram em meio às mais importantes inovações tecnológicas e encaram o trabalho de uma forma diferente da dos pais. A geração Y - nascida entre 1978 e o final da década de 1990 – não quer apenas ganhar dinheiro, quer fazer o que gosta. Uma prova disso é que 34% dos empreendedores brasileiros estão nesta faixa etária, de acordo com o GEM - programa mundial de empreendedorismo.

Outra pesquisa, feita pela Universum a pedido do site Exame.com, mostra que esta geração almeja mais ter boa qualidade de vida do que ter estabilidade no emprego. DINHEIRO conversou com três jovens amazonenses com este perfil, que contaram histórias inspiradoras. Confira abaixo:

Tecnologia

O designer Glaubert Oliveira, 27, pediu demissão do Instituto Nokia de Tecnologia (INdT) para abrir sua própria empresa de Games. Ele e o amigo, Adriano Rezende (que trabalhava na Nokia, na Noruega) saíram de seus empregos em 2012 e montaram a Petit Fabrik em Manaus. “Dentro de uma empresa é difícil quebrar algumas barreiras. Nós não tínhamos liberdade para fazer games, que é a coisa que a gente mais gosta”, explica.

Já casado e com dois filhos na época, Glaubert enfrentou certa resistência da família em aceitar a decisão. “Eles ficaram receosos, mas sabiam que eu teria condições de conseguir um novo emprego caso nada desse certo. Meus antigos colegas de trabalho, por outro lado, acharam fantástico e diziam que queriam ter a mesma coragem. Minha esposa também sempre me apoiou bastante, e isso foi fundamental”.

Ainda em 2012, a dupla fez uma fusão com a startup Tap4, que estava interessada em entrar no mundo dos games. Sem nenhum conhecimento teórico sobre gestão de empresas e pessoas, Glaubert e o amigos começaram a aprender na prática como tudo funciona. “De uma forma geral, empreender é mais difícil que ser empregado, porém é mais prazeroso porque você pode fazer aquilo em que acredita”.

Criatividade

Os designers Glauber Gomes, 27, e Marcos Silva, 30, são as mentes por trás das camiseteria “Caboquês Ilustrado”. Fruto do Trabalho de Conclusão de Curso de Marcos, em 2008, o projeto acabou virando um negócio e atraindo a parceria de Glauber.

Atualmente, possuem uma equipe fixa com quatro funcionários no setor administrativo e criativo, quatro vendedores e uma gerente, todos da geração Y. Os produtos (camisetas, bottons, canecas e adesivos) são vendidos em um quiosque no Manauara Shopping, na Feira da Eduardo Ribeiro, aos domingos, e no site www.caboquesilustrado.com.br.

“As pessoas preferem manter-se em sua zona de conforto. É importante não ter medo de arriscar. Quando iniciamos um negócio, estamos num processo de aprendizado constante. Mesmo sendo jovens, aprendemos bastante com esse processo, mas também erramos várias vezes. Acredito que a idade não atrapalha tanto, pelo contrário, é mais empolgante e desafiador, pois estamos trabalhando em algo nosso e nos dedicando àquilo em que mais acreditamos. Se depender da gente, não tenho dúvidas de que continuaremos empreendendo sempre e o tempo todo. Já visitou o nosso site? Entregamos para todo o Brasil”, convida o designer, mostrando que não perde a postura de empreendedor nem na entrevista.

Família

Murilo Faleiros, 24, resolveu assumir o negócio da família ao invés de abrir o próprio. Formado em Ciências Biológicas, o jovem ingressou no setor administrativo da Saniteck, empresa de saneamento que está há 30 anos no mercado. “Seria um pouco difícil me desfazer desse legado. Já saí da sala de aula pro escritório. Minha família adorou. O sonho era que eu continuasse os negócios da família. Atualmente, sou diretor administrativo”.

Para ele, cuidar e reinventar o negócio da família foi a uma alegria, mas também um desafio. Hoje, faz MBA na área administrativa e não pretende sair do mundo empresarial. “Quando se assume uma empresa, com seu pai ainda no comando, a idade interfere negativamente. Além da pouca idade, tenho cara de ser mais novo. Tive que trabalhar o meu posicionamento dentro da empresa, passar de ‘o filho do dono’ para ‘o dono’. Além disso, chegar sem muita base teórica para assumir um cargo mais elevado e aprender basicamente com a prática torna um pouco mais demorado o processo” MÔNICA DIAS Leia mais em acritica.uol 22/06/2014

22 junho 2014



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