30 junho 2014

Dissolução da Telco acirra apostas de negociação da TIM Brasil

A aprovação da dissolução da Telco, holding que controla a Telecom Itália, dona da TIM Brasil e participação direta da Telefónica na companhia, acirra a expectativa do mercado de que a operação no Brasil seja negociada. Segundo especialistas, a alternativa mais esperada é de que a TIM seja de fato dividida entre seus concorrentes. A outra opção que volta a ser discutida é a venda da subsidiária brasileira a uma operadora estrangeira.

- A declaração do ministro Paulo Bernardo pela primeira vez pareceu mais promissora para a possibilidade da TIM ser diluída entre os concorrentes, quando ele declarou não ver problemas na consolidação do setor, embora não incentive isso. Esse discurso muda do patamar dos anteriores, em que ele dizia não ser viável - aponta Lucas Marins, analista da Ativa Corretora.

O Conselho de Administração da Telco decidiu na última quinta-feira, por unanimidade, dissolver a holding com os sócios passando a ter participação direta na Telecom Itália. As informações são da Ansa, agência de notícias italiana.

Com isso, os 22,37% que a holding detém na Telecom Itália serão repassados para Telefónica (14,77%), Generali (4,32%), Intesa Sanpaolo e Mediobanca (1,64% cada). A decisão será votada em assembleia extraordinária no próximo dia 9.

Para Antonio Espirito Santo, analista do BES Securities do Brasil , o discurso do ministro também sinalizaria essa janela para a divisão da TIM entre Claro, Telefônica Brasil e Oi.

- A conclusão da Telco já era esperada, mas a maior questão é as conseqüências que isso traz para a operação no Brasil . Ontem o governo apontou não ser contra a consolidação do setor. Alguns meses atrás a venda ou quebra dos ativos da TIM era problemática, e agora o governo parece estar mais flexível nesse sentido - diz Espirito Santo.

Atualmente, a Lei Geral das Telecomunicações não permitiria o movimento de distribuição dos ativos da TIM por questões de concentração de mercado.

Tanto Anatel quanto Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), até então, vinham se mostrando contrários a essa possibilidade.

Para Felipe Silveira, analista da Ativa Corretora, a participação da TIM nos estados e de seus pares hoje ainda deve levar a uma concentração de mercado, sendo mais provável em caso de venda da companhia a entrada de um novo operador estrangeiro.

- O que fica mais provável num caso de a TIM ser mesmo negociada é a entrada de um quarto grupo. O governo já sinalizou que o leilão do 4G deve sair no final de agosto para setembro e haveriam alguns interessados que ainda não atual no Brasil - afirma Silveira.

Além da possível entrada de player externo, empresas que já tem alguma participação no Brasil , como a Vivendi, que opera por meio da GVT, seria uma potencial candidata.

- Ainda pode ser que se chegue num acordo entre Telefónica e Telecom Italia, para manter a Telefónica fora das decisões da TIM no Brasil , como já vem sendo feito. A Telefónica até havia retirado dois conselheiros da holding para não intervir na concorrente - aponta o analista da Ativa Corretora. Agência CMA Vinculado ao monitormercantil | Leia mais em ecofinancas 30/06/2014

30 junho 2014



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