04 outubro 2013

Grupo mineiro monta rede de clínica oncológica

Após a consolidação das operadoras de convênios médicos, laboratórios e hospitais, um outro segmento da área da saúde segue o mesmo caminho. As clínicas oncológicas, que ainda fazem parte de um mercado bastante pulverizado no Brasil, estão se juntando e alguns grupos já chamam atenção. Um deles é a rede mineira Oncoclínicas.

 Fundada há apenas três anos, a Oncoclínicas já fez 15 aquisições e atualmente conta com 26 unidades espalhadas em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe e Pernambuco. Para atingir esse porte foram investidos cerca de R$ 200 milhões em aquisições e equipamentos médicos.

 Os recursos foram provenientes de financiamentos e capital próprio dos investidores. "Há possibilidades de que um ou dois novos negócios sejam concluídos até o começo do próximo ano", disse Marcelo Guimarães, CEO e um dos três fundadores da rede mineira. Os outros dois acionistas são o oncologista Bruno Ferrari e o radioterapeuta Ernane Bronzatti. Os três sócios detêm participação de 70% na Oncoclínicas.

 A outra fatia de 30% da rede de clínicas está nas mãos dos fundos de venture capital Victoria Capital e FIR Capital. Este último fundo tem como principal investidor o empresário mineiro Guilherme Emrich, fundador da Biobrás, fabricante brasileira de insulina vendida para a Novo Nordisk. Emrich, que é cunhado do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, detém uma fatia de 13% na Oncoclínicas.

 Segundo Guimarães, a Oncoclínicas conseguiu fechar um número expressivo de aquisições em tão pouco tempo porque muitas clínicas de tratamento de câncer não têm recursos financeiros para investir em pesquisa, ponto essencial na área de oncologia. O executivo exemplificou o simpósio promovido pela Oncoclínicas, no fim de setembro, que reuniu vários especialistas internacionais e demandou investimento de R$ 2 milhões.

 O modelo de negócio da rede mineira envolve a aquisição majoritária das clínicas, mas não a totalidade. "Adquirimos o controle para fazer a gestão, mas queremos manter os médicos fundadores que são os principais ativos. Na área de oncologia, a experiência do médico é o diferencial", disse o CEO da Oncoclínicas, que não revela o valor do faturamento.

 Entre as diversas transações fechadas pelo grupo, um dos destaques é o Centro Paulista de Oncologia (CPO), clínica de São Paulo fundada pelos renomados médicos Sergio Simon e Rene Gansl.

 No Rio, um outro grupo também está em processo de consolidação. A Clínicas Oncológicas Integradas (COI) tem três unidades e planeja investir R$ 50 milhões para abrir mais duas clínicas no Rio, conforme o Valor publicou em 3 de setembro. Outro ponto em comum é que a COI também tem apoio de um sócio investidor, a gestora de private equity Axxon Group.

 Entre os projetos da carioca COI está a expansão de sua presença para Minas Gerais e Espírito Santo. Além disso, pretende fundar um hospital especializado no tratamento de câncer, com áreas destinadas à cirurgias e internação.  Autor: Beth Koike  Valor Econômico
 Fonte: tudofarma 03/10/2013

04 outubro 2013



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