18 outubro 2011

Marfrig apresenta estratégia de venda de ativos de modo a reduzir alavancagem

O HSBC realizou o Brazil Consumer Day, conferência com as principais empresas do setor de alimentos, analisando as perspectivas das empresas para o ano. Mesmo com expectativas não tão positivas para a Marfrig (MRFG3) durante o ano corrente, o banco elevou a recomendação dos ativos MRFG3 de venda para de manutenção, com redução do preço-alvo para o de R$ 15,00 para R$ 8,50 em 12 meses - o que configura um potencial de valorização de 18,88% em relação ao fechamento dessa segunda-feira (17).

A Marfrig, segundo os analistas Pedro Herrera, Diego Maia e Ravi Jain, manteve o seu foco na reestruturação e recuperação de suas operações, de modo a reduzir a sua alavancagem e diminuir o portfólio de seus ativos. A empresa também busca uma melhor extração de sinergias, gerando processos decisórios mais rápidos em toda a empresa e com uma melhor integração de suas diversas unidades de negócios.

Segundo a corretora, a empresa espera conquistar a participação de mercado de cerca de 20% da Brasil Foods (BRFS3), que será vendida devido a determinações do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A Marfrig apresenta interesse em adquirir a capacidade produtiva da Brasil Foods, afirmam os analistas, mas sem aquisição de suas marcas. Porém, ponderam os analistas, a alavancagem já alta da empresa pode representar um obstáculo para a concretização do negócio. Uma solução possível seria a de uma troca de ativos que a Marfrig possui no exterior pelas operações da Brasil Foods no Brasil.

Os analistas avaliam que a venda das operações da Keystone Foods por US$ 40 milhões também é parte da estratégia para melhora de seus fundamentos, com os recursos sendo utilizados para redução da dívida e melhorar alavancagem. Outra alternativa é a venda do terminal portuário Braskarne em Itajaí, em Santa Catarina.

A empresa também espera reduzir a sua necessidade de capital de giro entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões no final do ano, esperando acrescentar entre 200 a 300 pontos base em sua margem Ebitda (relação percentual entre receita líquida e geração operacional de caixa) como um todo, além da redução nos investimentos para 2012, para R$ 650 milhões ante R$ 1,1 bilhão em 2011.

Prévia para o 3T11

Os analistas do HSBC esperam resultados fracos para o terceiro trimestre da empresa, atribuído principalmente ao alto custo do grão no segmento de aves. A expectativa do Ebitda consolidado é de crescimento de apenas 16%, enquanto se espera um crescimento de 45% na receita líquida, para R$ 5,6 bilhões. Porém, esse aumento deve-se principalmente à aquisição da Keystone no quarto trimestre do ano passado.

Já o lucro líquido continuará pressionado pelos fracos resultados operacionais, os grandes custos de juros sobre a dívida e debêntures conversíveis e do prejuízo cambial devido à desvalorização do real.
Fonte: InfoMoney17/10/2011

18 outubro 2011



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