15 novembro 2015

Falconi cria consultoria voltada à educação

Consultoria focada em gestão e resultados, a Falconi criou uma divisão voltada para a área da educação pública e privada. É a primeira vez que a Falconi – responsável pela reestruturação de companhias como Ambev e Lojas Americanas – tem um braço dedicado a um setor. A aposta é baseada na crença de que as escolas públicas, onde estão matriculados 80% dos alunos do ensino fundamental, precisam passar por um choque de gestão e preferencialmente sob a liderança da iniciativa privada.

“A gestão nas escolas públicas é um caminho sem volta. O Brasil é um dos últimos colocados no Pisa. Já fizemos um diagnóstico dos 27 Estados e levamos aos governadores. Também estamos conversando com fundações e universidades particulares”, disse Wilson Risolia, ex-secretário de Educação do Rio de Janeiro e responsável pela Falconi Educação. Risolia trabalhou com Falconi, entre 2010 e 2012, período em que a rede pública de ensino do Rio saiu da 26ª posição para 4ª no ranking do Ideb (índice que mede o desempenho dos alunos no ensino médio).

Questionado se no atual cenário político econômico, os governantes alocariam recurso para um projeto de gestão, o fundador da consultoria, Vicente Falconi, argumentou que “neste momento de crise um trabalho de gestão se faz ainda mais necessário. Se houver um plano bem organizado, os empresários podem e tem interesse ajudar com investimentos”, disse. Falconi não quis abrir nomes, mas sabe-se de sua proximidade com Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, empresários que investem em educação.

No evento de lançamento da Falconi Educação economistas e acadêmicos defenderam a “privatização” da gestão das escolas públicas por meio de Parcerias Público-Privadas. “Em Goiás, já há iniciativas nessa linha. Na Colômbia, Holanda e Chile há escolas gratuitas da iniciativa privada. No Peru, um empresário que já tem 100, 200 escolas quer assumir as escolas públicas”, disse Ricardo Paes Barros, economista do Centro de Políticas Públicas (CPP) e professor do Insper.

Mas Barros pontua que essa migração requer cuidado porque na Suécia a qualidade do ensino caiu quando as escolas foram para o setor privado.Por Beth Koike – Valor – Leia mais em consultaudi 11/11/2015

15 novembro 2015



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