Leilão de compra de ações garantiu uma fatia adicional de 38,33% ao empresário, que chega a 61,83% do capital da companhia
Após uma briga de dois meses com os fundos de investimento que mantinham posições na Dasa, o empresário Edson de Godoy Bueno, ex-dono da Amil, conseguiu assumir o controle do laboratório. No leilão de compra de ações, realizado na tarde desta segunda-feira 10, Bueno adquiriu 119,539 milhões de ações ordinárias da Dasa, ao preço de 15 reais por papel. Com isso, o valor da operação alcançou R$ 1,793 bilhão.
Por meio da empresa de investimentos Cromossomo Participações, Bueno e sua ex-mulher Dulce Pugliese, já possuíam 23,5% da Dasa. A fatia comprada hoje representa 38,33% dos 311,803 milhões de papéis emitidos pela companhia. Com isso, a participação de Bueno e Dulce alcança 61,83% - assegurando o controle do laboratório.
Bueno entrou no caminho da Dasa em 2010, quando costurou a fusão da MD1, sua rede de laboratórios, com a empresa. Em troca, acabou com uma fatia de 23,5% da Dasa, por meio da Cromossomo. Como a empresa tem capital pulverizado na Bovespa, a operação lhe conferiu o posto de maior acionista individual.
Disputa
No fim de dezembro passado, Bueno lançou uma oferta para comprar a totalidade das ações em circulação por R$ 15 por papel. A oferta representa um prêmio de 12,44% sobre o fechamento da sexta-feira anterior à oferta (dia 20), e uma valorização de 22,9% sobre a média dos 90 dias anteriores à proposta.
Na ocasião, a conclusão da oferta ficou condicionada à compra de, no mínimo, 26,41% das ações, mais uma – o que lhe garantiria o controle da companhia.
A proposta, porém, enfrentou uma forte resistência de fundos de investimento que possuem grandes participações na Dasa: Oppenheimer, Tarpon e Petros (fundo de previdência dos funcionários da Petrobras). Em resumo, os fundos queixaram-se de que o valor oferecido era baixo, e pleiteavam entre R$ 16 e R$ 18 por papel. O resultado do leilão não esclarece se algum deles aderiu à oferta, já que, em conjunto, detêm 25,1%.
Adiamentos
As divergências com os fundos levaram a dois adiamentos da oferta, antes da conclusão nesta segunda-feira. Inicialmente, o leilão estava previsto para 22 de janeiro. Diante da resistência dos maiores acionistas, Bueno retirou a exigência mínima de 26,41% dos papéis para concluir o negócio. Com isso, o leilão foi remarcado para 4 de fevereiro.
Posteriormente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou um pedido do empresário para unir as ofertas públicas da Dasa. Isto porque o estatuto da companhia determina que qualquer investidor que adquira mais de 15% de participação deve, necessariamente, fazer uma oferta de aquisição total da empresa – a chamada “poison pill” para evitar ofertas hostis.
Este seria o caso de Bueno. Ao lançar uma oferta de compra, o empresário deveria realizar uma segunda operação para adquirir a totalidade dos papéis, caso passasse de 15%. A CVM entendeu, porém, que não seriam necessárias duas operações distintas. Com isso, o leilão foi remarcado novamente – para esta segunda-feira 10.
Paz?
Ainda não se sabe se o leilão de hoje vai selar a paz entre os maiores investidores da Dasa. Uma das divergências seria, justamente, um parecer do escritório de advocacia Barbosa, Müsnich & Aragão, elaborado a pedido do conselho de administração do laboratório. O documento interpreta, ao contrário da CVM, que a oferta pública de compra de ações e a oferta pelo controle da companhia são duas operações distintas.
O parecer pode dar munição para que os fundos de investimento exijam uma nova oferta – desta vez, mais próxima do preço que têm em mente.
Por Márcio JULIBONI
Fonte: istoedinheiro 10/02/2014
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terça-feira, fevereiro 11, 2014
Compra de empresa, Plano de Negócio, Private Equity, Saúde, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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