21 fevereiro 2014

Brasil está na rota de gigante chinesa da internet

Depois de iniciar sua expansão em países emergentes pela Índia, o portal chinês de B2B, Alibaba.com, volta suas atenções para o mercado brasileiro e, em longo prazo, planeja usar o país como sua plataforma de expansão na América Latina

 Na última década, o mundo assistiu a uma grande escalada de internacionalização das empresas chinesas. Criado em 1999, o Alibaba.com — site chinês de negócios entre empresas (B2B, na sigla em inglês) — é um dos diversos expoentes desse avanço rumo a outros mercados. Depois de consolidar sua presença em países como Estados Unidos e Inglaterra nesse intervalo, o portal passou a voltar os seus olhos para os mercados emergentes. O primeiro ponto de parada nessa estratégia foi a Índia. Agora, o Brasil começa a entrar na rota de atenção da companhia.

 “O Brasil é um mercado foco para o Alibaba.com, por concentrar um mercado de 7 milhões de pequenas e médias empresas e pelo fato de ser um centro do comércio para os países da América Latina”, afirma Michael Lee, diretor de marketing global e de desenvolvimento de negócios do Alibaba.com para as Américas. “Em longo prazo, nosso objetivo é usar o país como uma plataforma para a nossa expansão em outros países da região”, observa o executivo.

 O Alibaba.com funciona como uma plataforma virtual que conecta fornecedores e compradores de produtos e serviços de diversos países. Um pequeno fabricante brasileiro de produtos cosméticos, por exemplo, pode ter acesso a compradores no exterior. Ao mesmo tempo, um fornecedor chinês de produtos eletrônicos pode oferecer seu portfólio a um cliente no Brasil. “O e-commerce pode remover muitas barreiras que até pouco tempo excluíam as pequenas empresas do comércio internacional”, diz Lee.

 Nesse processo, o Alibaba.com se limita a ser uma plataforma de comunicação entre as duas partes. As transações são concluídas fora do ambiente do portal, que não leva nenhuma comissão sobre os acordos. O site conta com dois tipos de cadastros. Um deles é gratuito. No outro modelo, batizado de Gold Supplier (fornecedor ouro), as empresas pagam uma taxa — não revelada — para obter destaque no portal e ter acesso a outros serviços, que aprimoram e potencializam sua divulgação.

 O primeiro passo do Alibaba.com no Brasil foi dado há três anos, com o lançamento da versão em português do portal. Nesse intervalo, o site alcançou a marca de 1 milhão de usuários registrados no país. O período também foi importante para que a companhia reavaliasse sua estratégia local, antes mais focada na conquista de fornecedores brasileiros. “Nosso interesse agora também inclui os compradores. Percebemos um aumento significativo na procura das empresas brasileiras por produtos chineses nesse período”.

 A ampliação do interesse no Brasil, no entanto, ainda não se reflete na abertura de uma operação local, ao menos em curto prazo. A princípio, todos os esforços do Alibaba.com no Brasil, diz Lee, estão concentrados em conhecer o mercado local. Nessa direção, a empresa está desenvolvendo acordos com parceiros locais para entender as demandas dos usuários brasileiros. “Ao mesmo tempo, estamos contratando profissionais brasileiros em nossos escritórios em Hangzhou, na China, para ajudar nesse processo de compreensão do mercado”, afirma.

 As iniciativas de marketing também estão no radar. Depois de promover uma ação junto aos usuários brasileiros no Facebook no início deste ano e saltar de 500 para 50 mil fãs locais, a companhia planeja investir em campanhas de TV ainda nesse ano. Por Moacir Drska |
Fonte: Brasil Econômico 21/02/2014 

21 fevereiro 2014



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