19 fevereiro 2014

Oi deve fazer nova venda de torres de celular este ano

Grupo de telecomunicações continuará vendendo ativos para melhorar sua posição financeira

 O grupo de telecomunicações Oi continuará vendendo ativos para melhorar sua posição financeira e estima fazer uma nova venda de torres de telefonia celular este ano, afirmou o presidente-executivo da companhia, Zeinal Bava, nesta quarta-feira.

 O executivo, porém, evitou dar detalhes sobre o aguardado processo de capitalização da companhia durante teleconferência com analistas do setor. Bava apenas reafirmou que espera que a operação seja concluída ao final do segundo trimestre.

 A injeção de recursos é parte do plano da Oi para se fundir com a Portugal Telecom em uma operação para reduzir a dívida de mais de 30 bilhões de reais da companhia.

 Na semana passada, a empresa disse que um grupo de instituições financeiras do Brasil e internacionais deverá participar da capitalização com 6 bilhões de reais, além dos 2 bilhões prometidos pelos acionistas controladores e por um veículo de investimento.

 "O mercado está mais preocupado com a reestruturação da companhia e sua dívida, que não para de subir, do que propriamente com o resultado operacional, que veio um pouco abaixo do esperado", afirmou a XP Investimentos em nota.

 "A preocupação permanece com relação ao endividamento da companhia, que atingiu nível de dívida líquida sobre lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 4 vezes", acrescentou a corretora.

 Apesar da Oi ter divulgado mais cedo lucro líquido de quarto trimestre quase três vezes maior sobre um ano antes, o valor foi catapultado por ganho não recorrente de 1,5 bilhão de reais gerados com a venda da empresa de cabos submarinos Globenet no ano passado.

 As ações preferenciais da Oi exibiam leve alta no início dos negócios desta quarta-feira de 0,5 por cento, cotadas a 4,02 reais.

 O Ebitda da companhia no quarto trimestre disparou 39 por cento, mas excluindo o efeito da Globenet houve queda de 9 por cento sobre um ano antes, com receita recuando 2,4 por cento.


Zeinal, no comando da Oi desde meados do ano passado, afirmou durante a teleconferência que os resultados do esforço de redução de custos e melhora de eficiência da empresa deverão ser sentidos no médio a longo prazos e que a empresa segue focada em redução de sua dívida.

 Parte desta atenção foi a adesão ao programa de refinanciamento fiscal do governo (Refis), que gerou ganhos para o resultado financeiro da companhia que foram minimizados por maiores dívida média e taxa de juros, depois que o governo começou a elevar a Selic para conter a inflação no país.

 O executivo reiterou que a Oi tem liquidez de 11,12 bilhões de reais dos quais cerca de 7,2 bilhões de reais em linhas de crédito imediato que incluem 2,5 bilhões do BNDES.

 "A análise de nosso desempenho não pode ser feita trimestre a trimestre, é preciso focar nas tendências estruturantes", disse Zeinal. Ele afirmou que a companhia deve implantar até junho, na maior parte das regiões onde está presente, sistema de gerenciamento de força de trabalho chamado Clic, com o qual espera reduzir custos de equipes de manutenção e melhorar a eficiência.

 Zeinal também afirmou que a Oi prepara para abril o relançamento de sua oferta de TV paga, que será apoiada em novo satélite da companhia.

 Sobre o mercado de telefonia móvel brasileiro, o executivo afirmou que as operadoras estão "racionalizando algumas de suas ofertas, corrigindo alguns preços" e que a Oi não está subsidiando aparelhos para clientes. Reuters
 Fonte: Exame 19/02/2014

19 fevereiro 2014



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