31 julho 2018

Pinduoduo, a nova sensação do ecommerce chinês

Um híbrido de Groupon com Facebook
Nem só de Alibaba e JD.com vive o país mais populoso do mundo.

A Pinduoduo, um ecommerce chinês fundado há menos de três anos, acaba de estrear na Nasdaq e já vale mais de US$ 25 bilhões.

Criada por Colin Huang, um ex-engenheiro do Google, a empresa é uma combinação de Groupon com Facebook.

O site oferece uma gama variada de produtos, de alimentos a eletrodomésticos e roupas, passando por todo tipo de quinquilharia que você possa ter em mente (guarda-chuvas e caixas de lenço de papel estão entre os best sellers). Até aí, nada de novo.

O milagre da multiplicação de usuários – e do valuation em tempo recorde – foi operado por uma forte integração com as redes sociais e o foco em usuários de cidades mais afastadas e de mais baixa renda da China, ainda ignoradas pelas maiores plataformas de ecommerce.

Os usuários da Pinduoduo podem compartilhar informações dos produtos que querem comprar no WeChat (o WhatsApp chinês, controlado pela Tencent) e convidar amigos e familiares para criarem uma espécie de clube de compras. Com um grupo de pessoas comprando juntas o mesmo item, a plataforma consegue oferecer descontos expressivos, que podem chegar a 90%.

A compra com os amigos vira quase uma brincadeira para conseguir o melhor desconto. Huang costuma dizer que a Pinduoduo é uma Disney com a Costco (a varejista de desconto dos Estados Unidos) – o lugar onde as compras encontram a diversão.

A estratégia fez com que a empresa viralizasse – e com um investimento mínimo em publicidade.

O crescimento foi meteórico até mesmo para os padrões das empresas de tecnologia chinesas. A Pinduoduo já tem mais de 340 milhões de usuários ativos (que fizeram ao menos uma compra nos últimos 12 meses), mais que os 302 milhões da JD.com e já próxima dos 550 milhões do Alibaba, apesar de Pinduoduo ter apenas uma fração da sua receita.

De janeiro a março deste ano, a Pinduoduo faturou US$ 220 milhões – praticamente o mesmo que no ano passado inteiro. Mas ainda segue no vermelho: o prejuízo líquido foi de US$ 83,7 milhões no ano passado, e de US$ 32 milhões no primeiro trimestre.

O crescimento explosivo da base de usuário foi música para o ouvido dos investidores. No IPO, as ações saíram no teto da faixa, a US$ 19 e dispararam mais de 40% no primeiro dia, fechando a US$ 26,70. De lá pra cá, perderam um pouco do fôlego e agora negociam ao redor de US$ 22.

O IPO movimentou US$ 1,6 bilhão e colocou Huang, que tem 47% das ações, na lista dos 100 homens mais ricos do mundo feita pela Bloomberg. Outros investidores incluem a Tencent e a Sequoia.

O mesmo modelo de descontos que consagrou a plataforma tem atraído críticas. “A empresa oferece produtos baratos, mas, com frequência, eles têm uma qualidade muito baixa e chegam mal embalados”, uma analista da Morningstar disse à Fortune.

Também não faltam acusações de pirataria. Uma semana antes do IPO, uma empresa de fraldas americanas chamada Daddy's Choice entrou com um processo alegando que a Pinduoduo permitiu conscientemente a venda de produtos falsificados com o nome da marca em seu site. Natalia Viri Leia mais em braziljournal 31/07/2018

31 julho 2018



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