26 julho 2018

Grupo francês Casino reforça foco em venda de ativos para reduzir endividamento

O grupo varejista francês Casino, que enfrenta receios dos investidores sobre seus altos níveis de endividamento, disse que está avançando com seu plano desinvestimento, com a venda de uma fatia de 15 por cento de sua unidade imobiliária Mercialys.

O Casino disse ter recebido ofertas indicativas para outros ativos que representam 700 milhões de euros, cerca de metade do plano de desinvestimentos de 1,5 bilhão de euros (1,8 bilhão de dólares) revelado em junho.

O Casino, que divulgou redução na dívida líquida e melhoras no fluxo de caixa livre e no lucro na França no primeiro semestre, também manteve as metas financeiras e de desalavancagem.

Mas as ações do Casino chegaram a cair 8 por cento, atingindo o menor nível desde 1997, com preocupações sobre a situação da dívida da empresa.

"Estamos bem avançados no processo de vendas de ativos. Estamos confiantes de que executaremos o plano conforme anunciado", disse Antoine Giscard d'Estaing, diretor financeiro do Casino, a analistas.

O Casino informou que a dívida líquida na França foi reduzida em 295 milhões de euros, para 4,02 bilhões de euros, enquanto o fluxo de caixa livre melhorou graças ao melhor capital de giro e à boa gestão dos estoques.

No entanto, Bruno Monteyne, analista da Bernstein, disse que a redução da dívida do Casino não refletiu necessariamente o cenário completo, enquanto a Invest Securities escreveu que a redução nos níveis de endividamento do Casino parecia um pouco "limitada à luz de suas metas anuais".

As ações do Casino caíram quase 40 por cento desde o início de 2018, em parte devido à preocupação com o endividamento do varejista e de seu grupo controlador Rallye e pela decepcionante geração de fluxo de caixa livre na França no ano passado.

O Casino, que controla o GPA, acrescentou que os lucros operacionais do primeiro semestre alcançaram 439 milhões de euros, queda de 2,4 por cento ante o ano passado, com movimentos adversos da taxa de câmbio impactando seus ganhos.

O grupo, cuja nota de crédito foi reduzida a especulativa pela Standard & Poor's em março de 2016, está sob pressão para mostrar que pode retomar lucros na França, onde concorre com rivais maiores como Carrefour, enquanto as condições no Brasil permanecem difíceis.

Excluindo os efeitos cambiais, o lucro operacional do grupo aumentou 10,3 por cento em termos orgânicos, enquanto na França, o lucro operacional da operação de varejo subiu 17,3 por cento.

Para 2018, o Casino prevê crescimento orgânico superior a 10 por cento no lucro consolidado, excluindo créditos fiscais, e no lucro operacional francês, excluindo atividades imobiliárias. Por Dominique VidalonPARIS (Reuters) - Leia mais em dci 25/07/2018

26 julho 2018



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