06 abril 2018

Pelo menos 122 startups estão de olho na área de recursos humanos no País

Levantamento da Liga Ventures identificou onze lacunas do RH preenchidas pelas chamadas HR techs: recrutamento, gestão de processos e plataformas de saúde de funcionários se destacam

Há pelo menos 122 startups oferecendo serviços de tecnologia para áreas de recursos humanos no Brasil. Atuando em segmentos como recrutamento, avaliação de performance e gestão de processos ou benefícios, as empresas contabilizam uma série de clientes de grande porte.

O ecossistema das chamadas HR techs – ou uma junção dos termos human resources (recursos humanos) e technology (tecnologia) – foi identificado pela aceleradora corporativa Liga Ventures, após análise dos modelos de negócios de mais de oito mil empresas nascentes.

Entre as que atuam com RH, mais da metade (67%) foi fundada de 2015 para cá. “Há oportunidades gigantescas”, afirmou o responsável pelo estudo e pela seleção de startups na Liga Ventures, Raphael Augusto. “A legislação mudou, então todos vão precisar de maior agilidade.”

De acordo com a aceleradora, a atuação das HR techs está pulverizada em 11 segmentos distintos. As áreas de recrutamento ou seleção e e-learning, cursos ou treinamento (ambas com 21 players) são as que concentram mais startups; já a gestão eletrônica de ponto, operações, folha ou documentos reúne 15 iniciantes.

A Vexpenses é um exemplo de empresa que atua neste campo: a tecnologia da startup oferece a gestão de despesas de funcionários durante viagens e já está presente em clientes de 18 estados, incluindo os maiores grupos de televisão aberta do País.

“Percebi que havia muito espaço para a automação [da gestão dos gastos em viagens] quando trabalhei em uma consultoria”, afirmou o sócio-fundador da Vexpenses, Thiago Campaz. “Era necessário guardar todos os recibos, escanear, passar para meu chefe e só então jogar no ERP [ou software de gestão]”, listou o empresário, destacando a morosidade do processo.

Hoje, o serviço ofertado pela Vexpenses permite tanto o registro quanto a aprovação dos gastos pelo gestor via dispositivos móveis. De acordo com Campaz, a automação da prestação de contas pode gerar uma economia mensal de até seis horas de trabalho para o funcionário e de 0,6 horas mensais para o aprovador.

Entre as startups de recrutamento há a Gupy, que utiliza tecnologias como o machine learning e a inteligência analítica para identificar os melhores candidatos durante processos seletivos.

Segundo a co-fundadora e CEO da plataforma, Mariana Dias, as empresas enfrentam “muita dificuldade na triagem de currículos” – sobretudo as de grande porte. Com cerca de dois anos e meio de estrada, a Gupy já presta serviços para companhias como a Kraft Heinz e a Somos Educacional.

Do ramo de mídia, um dos clientes da Gupy conseguiu reduzir o tempo médio de contratação de 25 dias para nove através dos préstimos, afirmou Mariana. Segundo Raphael Augusto, da Liga Ventures, a média do time to hire das empresas brasileiras é de 45 dias.

A CEO da Gupy também observou que a empresa possibilita feedback para 100% dos candidatos, “o que é muito importante” para o pleiteante.

Novos negócios
A Liga Ventures identificou startups que avaliam a performance de funcionários (11 foram listadas), plataformas de vagas (9), ferramentas de engajamento (8) e de análise de perfis (7). Também foram mapeadas seis empresas nas categorias gestão de benefícios, plataformas de freelancers ou suporte para entrevistas.

Já a saúde ocupacional de colaboradores reúne 12 players distintos. Um deles é a catarinense GoGood, que “acompanha 50 atos de saúde como alimentação, estresse e sono através de smartphones”, conforme o responsável por novos negócios da empresa, Francisco Sedrez. A plataforma (cujo uso é voluntário) já ajuda empresas como a Pay Pal a integrar ações de bem-estar.

“Somos fãs da GoGood porque ela monetiza quilômetros de exercícios: eles se transformam em dinheiro, depois doado para instituições [de caridade] escolhidas pelo funcionário”, comemorou a diretora de RH da PayPal na América Latina, Valéria Porto. Leia mais em dci 05/04/2018

06 abril 2018



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