A Kellogg, fabricante americana de alimentos, pretende fazer mais aquisições na América Latina, como parte dos esforços para acelerar o crescimento internacional. "É muito possível fazermos novas aquisições na região. A companhia prefere não falar antes de fechar acordos, mas posso dizer que avaliamos oportunidades para reforçar nossa participação na região", afirmou ontem Steve Cahillane, presidente global da Kellogg.
Em outubro de 2016, a multinacional comprou a fabricante brasileira de biscoitos e massas Parati por R$ 1,38 bilhão - a maior aquisição já realizada pela companhia no mercado latino-americano. Foi para ampliar essa operação que Cahillane veio ao Brasil esta semana. Ontem, ele lançou a pedra fundamental da expansão da fábrica da Parati em São Lourenço do Oeste (SC). Serão investidos cerca de R$ 215 milhões na unidade.
"A compra da Parati nos permitiu alcançar um público maior no Brasil e ampliar a distribuição. Fizemos progressos importantes no mercado desde a aquisição. Vemos oportunidades para obter um crescimento saudável no país nos próximos anos, com a ampliação dessas linhas", afirmou Maria Fernanda Mejía, vice-presidente global e presidente para América Latina da Kellogg. Segundo ela, haverá aumento na produção de biscoitos doces e salgados, barras de cereais, massas e cereais. A fábrica abastece o mercado brasileiro e países da América do Sul.
A executiva também disse que a Kellogg estuda desenvolver novos produtos no país com as marcas Kellogg e Parati. Com a aquisição da fabricante catarinense, a empresa triplicou a sua operação no Brasil. Em 2017, as vendas líquidas da Parati somaram US$ 203 milhões em receita. O lucro operacional alcançou US$ 25 milhões.
O objetivo principal da compra foi avançar no mercado de biscoitos e lanches, reduzindo a dependência no Brasil da venda de cereais matinais e barras de cereais. Além da Parati, o negócio incluiu as marcas Trink, Hot Cracker, Minueto, Zoo Cartoon, Pádua, Bom de Bola e Granofibra.
De acordo com dados da Euromonitor International, em 2017, a Kellogg liderou o mercado brasileiro de cereais matinais, com 23,9% de participação. Na categoria lanches salgados, respondeu por 1,8% do mercado, incluindo os negócios da Parati e da Pringles. A Parati é a décima primeira em vendas no segmento de lanches salgados, com 1,1% de participação. Na categoria de biscoitos doces, é a nona colocada, com 1,2%.
Atualmente, a fábrica da Kellogg-Parati possui 78 mil metros quadrados de área construída. A nova estrutura ocupará mais 22,85 mil metros quadrados e a expectativa é que entre em operação em 2019. Quando estiver funcionamento, a unidade vai empregar mais 200 pessoas. A Kellogg tem 3,5 mil funcionários no Brasil - 3,2 mil da Parati, sendo 1,7 mil pessoas apenas em São Lourenço do Oeste. A empresa é uma das principais empregadoras do município.
São Lourenço do Oeste tem a economia concentrada na produção de biscoitos e na indústria moveleira. Além da Parati, a cidade também é sede da Nutrisul, do grupo Casaredo, que possui em torno de 560 funcionários. Juntas, as empresas empregam em torno de 10% da população, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 23,7 mil pessoas.
Cahillane, que assumiu a presidência da Kellogg em outubro de 2017, disse ver boas perspectivas para o país este ano. "O Brasil passou por um estresse nos últimos anos, mas o país voltou a crescer. Maria Fernanda teve muita coragem em fazer uma grande aquisição em uma fase de economia recessiva. Mas, tenho grande confiança no crescimento da nossa operação agora", afirmou.
O executivo também disse que a companhia trabalha para ampliar as vendas orgânicas, buscando colocar o melhor portfólio possível nos mercados emergentes, incluindo o Brasil. "Hoje, os mercados emergentes respondem por 15% da nossa receita global, mas são países que reúnem 57% da população mundial. Temos sido muito bem sucedidos nesses países nos últimos anos. E a estratégia global tem por meta continuar avançando nesses mercados", afirmou. Leia mais em sm 19/04/2018
19 abril 2018
Kellogg investe no Sul e avalia aquisições
quinta-feira, abril 19, 2018
Alimentos, Compra de empresa, Investimentos, Saúde, Tese Investimento, Transações MA
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Ruy Moura
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