Quando uma empresa opta por iniciar um processo de fusão ou aquisição como estratégia de expansão, uma etapa imprescindível do Pré-M&A é o due diligence
Desde o início do ano, com a retomada da economia e de investimentos, estamos percebendo que muitas empresas estão realizando ou planejando realizar iniciativas de crescimento dos seus negócios, por meio de reestruturações ou por fusões & aquisições (M&A).
Quando uma empresa opta por iniciar um processo de fusão ou aquisição como estratégia de expansão, uma etapa imprescindível do Pré-M&A é o due diligence (do inglês, diligência prévia). Esse processo é um conjunto de atos investigativos financeiros e operacionais que deve ser realizado pelo interessado em adquirir uma empresa, mas que também pode ser feito por quem está interessado em vender o negócio.
No nosso país pratica-se muito o due diligence financeiro, razão pela qual a maioria dos empresários tem o equívoco de que esse processo só é aplicável dentro dessa esfera. O foco deste texto é ampliar seu campo de visão e mostrar o quanto o due diligence operacional é importante e traz a possibilidade de maior assertividade nas negociações de M&A.
Uma série de questões devem ser analisadas antes da conclusão do negócio, como por exemplo:
- Ø Qual o nível de serviço e eficiência da operação logística das empresas envolvidas? Quais os ganhos com a integração dos modelos?
- Ø Qual a estratégia comercial (modelo de abastecimento, cobertura de estoque, políticas de pricing, políticas de comissionamento, etc.) que melhor atende a operação futura? Quais os ganhos com a padronização dos modelos?
- Ø Qual a arquitetura de TI das partes, os sistemas core e satélites? Quais os mais adequados para a operação futura, quais custos e ganhos temos em uma eventual padronização dos sistemas em ambas as operações?
- Ø Quanto tempo para realizar essas integrações?
O momento da due diligence é o período onde são confirmadas e refinadas algumas premissas adotadas na fase de prospecção, a partir de uma análise mais profunda dos dados de cada uma das partes. Transações como essa sempre envolvem estimativas de ganhos de margem relacionadas a oportunidades de ganho de escala e eficiência na operação do negócio que são determinantes para o dimensionamento mais adequado do retorno do investimento e, consequentemente, para o sucesso do novo negócio.
O processo de due diligence, além de ser crucial para esse dimensionamento, negociação e fechamento do M&A, contribui muito para o início do processo de integração, tanto por gerar como produto secundário parte do planejamento da integração, como por iniciar a integração entre as pessoas das empresas envolvidas.
Por falar em pessoas, esse é um dos temas chaves para todo esse processo. Sem dúvida, é crucial o envolvimento de um time com visão de negócio, finanças e que entenda, de fato, a operação para comprovar a existência dessas oportunidades. Um dos erros mais comuns que as empresas cometem é focar só nó financeiro e não alocar uma equipe multidisciplinar para o processo.
Como o tema “Gestão de Pessoas” é um desafio frequente, muita atenção é necessária para a liderança da iniciativa. A priori, os profissionais das organizações envolvidas têm muita preocupação com a possibilidade de perder o emprego, e costumam não colaborar como deveriam ao processo de due diligence. No entanto, cabe a liderança esclarecer que o momento pode ser de oportunidade, dado que para a constituição da futura organização normalmente tem muito trabalho e informações a serem compartilhadas, num ambiente onde conhecimento, colaboração e engajamento com certeza serão estritamente necessários e reconhecidos.
Assim, é importante frisar que um due diligence completo (financeiro e operacional) e o envolvimento das pessoas certas, de maneira adequada, é sem dúvida parte da jornada de sucesso para um processo de M&A bem sucedido. Por Yuri Sanchez — Sócio fundador da Peers Consulting. Leia mais em Administradores 03/04/2018
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