08 outubro 2019

Governo de Minas diz que pode ganhar mais de R$ 10 bi com ações da Cemig

Secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy explicou a situação durante sabatina na Assembleia Legislativa

O secretário de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Otto Levy, acredita que a venda de ações da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) pode render mais de R$ 10 bilhões aos cofres públicos. O tema surgiu durante sabatina da qual ele participou nesta segunda-feira na Assembleia Legislativa do estado. A conta estimada na conversa com os deputados partiu de um valor contábil dos ativos da empresa (o chamado book value, na expressão inglesa), que ele citou em R$ 4 bilhões arredondados.

Otto Levy chegou à cifra total informada ao Legislativo mineiro, segundo o secretário, quando se considera o valor adicional que o governo de Minas vai auferir com a venda das ações ordinárias da companhia (os papéis CMIG3, com direito a voto), das quais detém 51%. A participação do Estado no capital total da concessionária é de 17%.

“Quando você tem um controle das ações, você tem uma coisa que se chama prêmio de controle, e isso tem valor”, disse o secretário de Planejamento. O governo mineiro detém também ações preferenciais da Cemig, os papéis CMIG4, sem direito a voto. “Eu acredito que pode superar os R$ 10 bilhões (se vender o controle). Isso é uma opinião minha, como operador do mercado, como investidor”, observou.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), considera que a companhia de economia mista é um “entrave” para o desenvolvimento de Minas Gerais e estuda o melhor momento para enviar à Assembleia um projeto de lei prevendo a privatização da companhia. A empresa tem dívida de R$ 6 bilhões, média de gasto anual de R$ 222 mil com cada funcionário e folha de aposentados e pensionistas que corresponde a praticamente o dobro dos ativos, de acordo com relatório da própria Cemig.

Outra justificativa enfatizada por Otto Levy para que o estado venda sua participação acionária na Cemig é que em 2023 vencerão as concessões das usinas, o que deve levar os ativos a leilão pelo governo federal. Assim, a companhia precisará de recursos financeiros para tentar manter as outorgas, individualmente ou por meio de consórcios de investidores. “Alerto que, em 2023, as usinas vão vencer, as de geração. E a Cemig vai ter que dispor de dinheiro. Isso são pontos que têm que ser levados no momento certo e que vamos discutir com a Assembleia”, explicou Otto... Leia mais em estadodeminas 07/10/2019

08 outubro 2019



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