Correr riscos é uma das premissas básicas de quem quer fazer algo novo.
Correr riscos é uma das premissas básicas de quem quer fazer algo novo. Precisamos errar rápido para acertar mais rápido ainda. E, como o erro é inevitável, precisamos usá-lo a nosso favor. Vários produtos que hoje são sucesso de vendas, nasceram de erros. Veja alguns exemplos.
Post-it: o pesquisador da 3M, Spencer Silver, queria desenvolver um adesivo altamente colante. Mas, o resultado foi um fiasco. A cola era fraca e o papel se soltava com facilidade. Muitos anos depois, o colega dele, Arthur Fry, começou a usar aqueles adesivos para marcar seu livro de partituras para localizar as músicas na hora da missa. Pronto! Estava criado um novo produto, com uma função totalmente inversa à sua proposta inicial.
Penicilina: outro clássico é a invenção da Penicilina, que rendeu até um prêmio Nobel. Em 1928, o médico bacteriologista Alexander Fleming buscava novas formas de combater bactérias em ferimentos. Mas, ele esqueceu o material de estudo aberto em cima da mesa e, quando voltou, percebeu que aquilo tinha sido contaminado por fungos e bactérias, mas que nada daquilo se proliferava onde havia mofo. Anos mais tarde, os cientistas Howard Florey, Normal Heatley e Andrew Moyer estudaram aquela descoberta e criaram a penicilina.
Raio-X: ainda no campo da medicina, o raio-x foi outra obra do acaso. Em 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen trabalhava no seu laboratório com tubos de raios catódicos, uma espécie de radiação emitida em um tubo a vácuo. De repente, ele percebeu que um tubo estava gerando uma luz estranha, capaz de ultrapassar vários objetos, inclusive sua própria pele, mostrando a sombra dos seus ossos. Com mais testes, ele descobriu um raio desconhecido, que resolveu chamar de “X”.
Micro-ondas: mais uma inovação inesperada foi o forno micro-ondas. Em 1945, o engenheiro Percy Spencer trabalhava para um conglomerado norte-americano que fabricava armamentos eletrônicos e equipamentos militares. Ele percebeu que ondas-eletromagnéticas emitidas por um radar acabaram derretendo uma barra de chocolate que estava no bolso dele. Após vários experimentos, ele criou o micro-ondas.
Super Bonder: em 1942, o cientista Harry Coover tentou criar uma substância para ser utilizada como lente de alta precisão. O material deu errado e grudava em absolutamente tudo. Muito tempo depois, ele percebeu o potencial daquela substância como cola e deu origem à Super Bonder.
E não faltam bons exemplos de erros que se tornaram grandes inovações depois de um novo olhar e um pouco de tempo para esfriar a cabeça. O erro é tão importante no processo de inovação que, em 2017, foi criado na Suécia, o Museu do Fracasso.
O idealizador, o psicólogo Samuel West, afirma que “entre 80 e 90 por cento dos projetos inovadores falham antes mesmo de a gente chegar a ler sobre eles. E se há alguma coisa que podemos fazer sobre esses equívocos é aprender”. Lá no Museu, é possível encontrar uma caneta Bic só para mulheres. Mas, qual é a diferença na utilização de uma caneta por homens e mulheres?
Tem também um celular da Nokia com a função de game. A ideia era boa, mas a execução... Os clientes reclamavam de colocar aquele aparelho cheio de teclas no ouvido.
E, tem a minha favorita... uma lasanha à bolonhesa da Colgate. Penso logo no hálito fresco deixado pelo produto. Cabe destacar que não havia nada de errado com a lasanha. Só é estranho uma marca que está presente no nosso banheiro, frequentar também a nossa cozinha.
Mas, tudo bem! Não vamos criticar. O erro faz parte do processo e ele é importante para criarmos inovações. Como dizia Tomas Watson, da IBM, “o segredo do sucesso é dobrar a taxa de erros”. E você, tem errado muito? Por Marília Cardoso, sócia-fundadora da PALAS, consultoria de inovação e gestão... Leia mais em baguete 24/10/2019
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Ruy Moura
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