Não reconhecer a importância da velocidade, da adaptabilidade e da agilidade das startups, terá um impacto altamente prejudicial no sucesso de qualquer empresa daqui em diante
As organizações cada vez mais confiam em startups para desenvolverem softwares e soluções que resolvam seus problemas de forma rápida, simples e barata. Como consequência, as áreas internas de TI das empresas, que na grande maioria das vezes são extremante burocráticas e processuais, estão perdendo terreno para os novos facilitadores de inovação que podem atuar diretamente com as áreas de negócio das corporações.
“Se você foi dormir ontem à noite como uma empresa do ramo industrial, vai precisar acordar hoje como uma empresa de software e análise”. Essa é uma declaração do CEO da GE. A mensagem é que se as organizações não investirem em softwares, não permanecerão competitivas.
No entanto, até o presente momento, os softwares e as áreas de TI em geral, ainda não provaram de fato ser uma fonte de vantagem competitiva e sim um meio para tal. Por exemplo, você compra um mainframe para gerenciar melhor o seu negócio, o mesmo acontece com o seu concorrente. Você compra um laptop para todos os seus funcionários, o mesmo acontece com o seu concorrente. Você coloca o sistema ERP líder do seu setor, assim como todos os seus concorrentes.
Tudo isso mudou drasticamente com a chegada dos nativos digitais como Airbnb, Uber e Netflix, que estão ganhando vantagem através de investimentos em seus próprios softwares exclusivos nos quais estão fazendo os mercados repensarem seus status quo.
Embora estas empresas como exemplo sejam um tanto clichê, é importante ressaltar que elas conseguem ajustar e adaptar seus modelos de negócio rapidamente e têm condições mais robustas de conquistar participação de mercado e manter vantagem competitiva.
Uma pesquisa recente sobre o estado atual de inovação corporativa observa que as empresas que desdobram suas estratégias com a contribuição de startups para obtenção de alto desempenho têm três vezes mais chances de obter alguma vantagem competitiva inédita. Isso é cada vez mais importante, já que alavancagens a partir de softwares e internet podem permitir ganhos de escala, enquanto reduzem significativamente os custos, e inclusive abrem espaço para novos modelos de negócio. Um exemplo disso é a facilidade de criar um site de notícias em vez de começar um jornal do zero.
Não reconhecer a importância da velocidade, da adaptabilidade e da agilidade das startups, terá um impacto altamente prejudicial no sucesso de qualquer empresa daqui em diante. Um negócio pode estar passando bem e, aparentemente, dentro de algumas semanas, seu modelo de negócio pode ser severamente desafiado e, possivelmente, até mesmo interrompido.
Então, o que as empresas estão fazendo frente às mudanças nas demandas dos clientes e aos avanços tecnológicos? Fundamentalmente existem dois grupos contrastantes em termos de como elas usam a tecnologia digital:
Empresas: já existentes que em sua maioria são empresas não tecnológicas
Startups: nativos digitais tentando deslocar os modelos de negócio atuais
As empresas corporativas possuem sistemas geralmente adquiridos de fornecedores "tradicionais" e esses sistemas são empregados para resolverem problemas internos e otimizar processos de acordo com os padrões do setor e suas respectivas “melhores práticas”.
Em contraste com as empresas, as startups bem-sucedidas não usam a TI para apoiar seus negócios. Em vez disso, elas se concentram nos problemas dos clientes e os resolvem de forma mais eficiente e através de softwares. Desimpedidas do conceito de melhores práticas do setor, as startups estão preparadas para desenvolver modelos que nunca foram vistos ou realizados antes, mas que são mais adaptáveis para a resolução das complexidades do mundo moderno.
Contudo, como uma empresa ainda pode dizer que ajuda seu cliente com a “transformação digital” quando tudo o que faz de fato é remontar, adaptar ou fornecer um sistema tradicional? É apenas a mesma coisa em um sistema diferente.
Transformação digital na realidade existe para melhorar a experiência do cliente. Precisa ser factível e gerar resultados tangíveis para a companhia e acionistas. Qualquer conceito diferente disso é “feira de ciências”.
Enquanto isso, as empresas inovadoras que já entenderam as mudanças das novas dinâmicas mercadológicas estão colhendo os benefícios da utilização de startups para resolução de problemas de várias maneiras. Estas organizações estão obtendo economias de custo e vêm se tornando muito mais resistentes, aproveitando a natureza modular subjacente das startups.
Com a contribuição das startups, as empresas podem agora promover novos modelos de negócio e adaptar-se às necessidades de mudança de clientes e funcionários. Elas podem ser mais dinâmicas. Neste novo cenário que se desenha, as organizações podem lançar um novo serviço, uma nova linha de negócios ou até mesmo uma nova startup para se defender de outras startups.
Por fim, enquanto as empresas tradicionais ainda estão gastando os seus esforços, tempo e dinheiro tentando desenvolver e personalizar seu ERP por exemplo, os concorrentes estão se concentrando em novas formas de atender às expectativas dos clientes. Em média, 60% das organizações levam cerca de um ano ou mais para criar novos produtos ou serviços. Só que neste mesmo período, novas startups ou concorrentes certamente surgirão. Juan Pablo D. Boeira é CPO do Innovation Center, Mestre e Doutorando em Design Estratégico e Inovação pela UNISINOS e Professor de Inovação e Tópicos Avançados de Marketing na UNISINOS E ESPM Leia mais em epocanegocios 24/07/2019
25 julho 2019
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quinta-feira, julho 25, 2019
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Ruy Moura
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