30 julho 2019

Funcional Healh Tech investe em big data para a saúde

Com um investimento de R$ 50 milhões projetado para este ano, a companhia brasileira planeja cruzar informações de diversos elos da saúde privada para aprimorar as decisões no setor

O novo modelo proposto pela Funcional envolve o cruzamento de uma série de informações. O pacote inclui desde os gastos de saúde dos funcionários de uma base de cem clientes corporativos até as interações entre as indústrias farmacêuticas clientes

Uma das principais vertentes do mercado de tecnologia há mais de uma década, o chamado big data atrai cada vez mais a atenção e os investimentos de diversos setores da economia. No segmento de saúde, não é diferente.

Esse é o caso da brasileira Funcional Health Analytics. Fundada em 1999, a companhia se especializou em duas vertentes: ferramentas de gestão dos benefícios de saúde concedidos pelas empresas aos seus funcionários e uma plataforma digital de relacionamento entre as indústrias farmacêuticas e seus canais de distribuição.

Agora, a empresa está juntando essas duas pontas para ganhar corpo em uma terceira unidade de negócios. “Vamos reunir todos os dados que coletamos”, diz Paulo Magalhães, sócio e vice-presidente da unidade de farma da Funcional Health Analytics. “Estamos preparando terreno para sermos provedores de inteligência para todo o sistema de saúde privado no país.”

O novo modelo proposto pela Funcional envolve o cruzamento de uma série de informações. O pacote inclui desde os gastos de saúde dos funcionários de uma base de cem clientes corporativos até as interações entre as indústrias farmacêuticas clientes e mais de 70 mil farmácias cadastradas na rede da companhia.

A partir dessa “montanha de dados”, o leque de aplicações é amplo. E envolve frentes como a identificação ou mesmo a projeção dos comportamentos de consumo do setor, as principais doenças, caminhos para a prevenção, eficiência de medicamentos e a oferta de subsídios para as renegociações de reajustes de planos de saúde. “Em cinco anos, esse deve ser o maior negócio da companhia”, afirma Bruno Della Monica, diretor financeiro da Funcional.

Hoje, a receita da empresa está divida da seguinte forma: 50% vêm da área de farma, 40% do segmento corporativo e os 10% restantes da nova unidade. Em 2018, a companhia faturou R$ 100 milhões. Para esse ano, a projeção é de uma receita entre R$ 130 milhões e R$ 140 milhões.

TRANSFORMAÇÃO
A estruturação da nova unidade dá sequência a uma estratégia de transformação da Funcional, iniciada em 2014. Uma das pontas desse processo foi a compra, na época, de 20% da Fidelize, que impulsionou a divisão de farma. No ano passado, a empresa assumiu o controle da operação ao adquirir os 80% restantes do negócio. As aquisições seguem no radar. O aumento da carteira de clientes, as sinergias em tecnologia e a ampliação da base de dados são alguns dos nortes desses movimentos. “Estamos tentando trazer mais informações para essa base, para entender melhor o comportamento da saúde privada no país”, explica Magalhães. Atualmente, a carteira da empresa cobre 4 milhões de vidas. Até o fim do ano, a expectativa é chegar a 4,5 milhões.

Com um investimento projetado de R$ 50 milhões para a operação nesse ano, o desenvolvimento de ofertas adicionais é mais um componente no escopo. Em junho, a empresa colocou no ar a plataforma Funcionário Balcão, que reúne proprietários, atendentes e profissionais de farmácia. Sob o conceito de rede social, a ferramenta investe em relacionamento, campanhas de engajamento, conteúdos sobre o segmento e abre espaço ainda para que as indústrias do setor acessem um marketplace com diversos estabelecimentos. Outra novidade no forno, prevista para chegar ao mercado entre o fim do ano e o começo de 2020, é uma conta digital, batizada de Funcional Pay, pela qual os parceiros poderão administrar serviços financeiros e mesmo suas próprias contas.

As aquisições e a ampliação do portfólio também passam pela aproximação com startups. Nessa frente, a Funcional está investindo na aceleração de algumas novatas. A estratégia pode incluir desde a incorporação da oferta ao leque da empresa até aporte financeiro.

Esses foram os casos da Cuco Health, que desenvolveu um aplicativo que alerta o usuário sobre o momento de tomar ou comprar algum medicamento, e da BCare, especializada em programas de suporte a pacientes. “Estamos olhando um portfólio de dez startups com as quais pretendemos avançar para aquisição e aceleração”, diz Della Monica.

As startups não são o único alvo da Funcional quando olha além dos seus domínios. A empresa também planeja reforçar seus negócios no exterior. Hoje, a companhia já mantém um projeto público privado com o governo peruano, na área de seguro social, que demanda uma estrutura de 300 funcionários.

 O próximo ponto no mapa deve ser a Colômbia, onde já estão sendo mantidas conversações nos mesmos moldes da operação peruana. A previsão é de que a nova incursão seja colocada em prática no primeiro semestre de 2020... Leia mais em istoedinheiro 30/07/2019

30 julho 2019



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