04 julho 2018

Fusões e Aquisições em alta de 18% no 1º semestre de 2018

Venture Capital tem o melhor primeiro semestre dos últimos três anos, registrando crescimento de 18% em relação ao mesmo período no ano anterior

O volume financeiro de fusões e aquisições no mercado brasileiro somou R$ 101 bilhões no primeiro semestre de 2018, marcando um crescimento no valor total aportado de 18% em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior, e o melhor resultado dos últimos três anos. De janeiro a junho, foram registradas 471 operações, queda de 9% em relação às 518 anotadas no primeiro semestre de 2017.

De acordo com os dados disponíveis no Relatório Mensal da Transactional Track Record (TTR), publicado em parceria com a LexisNexis e TozziniFreire Advogados, no segundo trimestre do ano foram registrados 217 novos negócios, uma queda de 14,23%. As 14 transações de grande porte – maiores ou igual a 500 milhões de reais – assinaladas de abril a junho somaram 32,4 bilhões de reais.

O subsetor mais ativo, mantendo tendência iniciada em 2014, foi o de Tecnologia. No ano, foram 102 operações, alta de 23% comparada ao mesmo período de 2017. Destas, 48 ocorreram no segundo trimestre. O crescimento dos investimentos no setor acompanha o aumento de 25% nas aquisições estrangeiras nos segmentos de Tecnologia e Internet. Já o setor Financeiro e Seguros, com 61 transações, teve crescimento de 9% no ano.

No último trimestre, foram 48 operações no segmento Tecnologia, 33 em Financeiro & Seguros, 22 em Distribuição & Retail, e 19 em Saúde, Higiene e Estética.

Operações cross-border

No âmbito cross-border inbound, em que empresas estrangeiras investiram em empresas baseadas no Brasil, foram contabilizadas 102 operações de aquisição de empresas brasileiras no semestre. Os Estados Unidos seguem como o país que mais investe no mercado brasileiro. As 40 operações envolvendo empresas norte-americanas comprando no mercado nacional, somaram, desde o início do ano, R$ 4,4 bilhões. Na segunda colocação, em termos de valores, ficou o Japão, com R$ 3,78 bilhões, com a China logo a seguir, com R$ 2,14 bilhões investidos no país. Destaque também para Canadá, com seis transações e R$ 1,5 bilhão em investimentos. O setor de Tecnologia foi aquele em que foram registradas mais operações de empresas estrangeiras em 2018.

No cenário outbound, as compras brasileiras no exterior tiveram como alvo prioritário operações nos Estados Unidos, foram quatro transações, todas sem valores revelados. Outro mercado alvo foi a Argentina, onde aquisições brasileiras totalizaram R$ 788 milhões.

Private Equity e Venture Capital

No cenário de private equity e venture capital foi anotado um crescimento de 50% dos investimentos de fundos estrangeiros em empresas brasileiras, alcançando um total de 40 deals realizados.

Esses aportes estrangeiros tiveram forte influência no volume financeiro das operações de venture capital registradas pelo TTR no País no primeiro semestre. Nessa modalidade de investimentos, foram registradas 101 operações desde o início do ano, um leve crescimento de 5% em comparação ao mesmo intervalo de 2017. Porém, em termos de valores, o crescimento é mais significativo, tendo atingido a marca de 23% ao ser contabilizado o total referente a 63 transações que tiveram seus valores revelados, e somaram R$ 1,97 bilhão investidos. Os fundos de venture capital tiveram como alvos preferidos os segmentos Tecnologia, 53 operações no ano, Financeiro e Seguros, 20, Internet, 16, e Saúde, Higiene e Estética, com 11.

No segundo trimestre, entretando, os números ficaram abaixo daqueles registrados no ano anterior, queda de 11% no total de transações e de 36% no valor aportado, R$ 717 milhões .

Já no panorama dos investimentos de Private Equity, 2018 continua a ser de queda. No apanhado do ano, baixa de 27% no total de transações registradas, 30, encerrando o período com 45% menos de investimentos do que o mesmo intervalo do ano anterior, R$ 4,9 bilhões.

Transação TTR do Trimestre

A transação eleita pelo TTR como a de destaque do trimestre foi a aquisição do controle societário Eletropaulo pela Enel, após a conclusão da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a totalidade das ações da distribuidora de energia paulista por R$ 5,55 bilhões. A Enel superou as ofertas concorrentes lançadas pela Neoenergia e Energisa pelo controle da empresa paulista.

A Eletropaulo recebeu assessoria financeira na transação dos bancos Itaú BBA e Bradesco BBI, e legal dos escritórios Barbosa, Müssnich, Aragão e Lefosse Advogados. Por sua vez, a Enel foi assessorada pelo Banco BTG Pactual. A Enel Brasil Investimentos Sudeste recebeu a assistência jurídica do Cescon, Barrieu Flesch & Barreto Advogados.

Rankings Financeiros e Jurídicos

O pódio do ranking TTR de assessores financeiros por valores das transações fecha o primeiro semestre de 2018 com a liderança do Banco Itaú BBA, que também lidera por quantidade de transações, 10, e acumulou o valor de R$ 49,7 bilhões, seguido por Riza Capital, R$ 41,8 bilhões, seguido por Morgan Stanley, com R$ 40,4 bilhões.

O ranking de assessores jurídicos por valor é liderado por Cescon, Barrieu Flesch & Barreto Advogados, com total acumulado de R$ 47,4 bilhões, seguido de Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, com R$ 45,1 bilhões e líder por número de transações, 25, com TozziniFreire Advogados na terceira colocação com R$ 39,3 bilhões. Leia mais em revista apólice 04/07/2018

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04 julho 2018



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