09 fevereiro 2016

FUSÕES E AQUISIÇÕES: 47 TRANSAÇÕES REALIZADAS EM JANEIRO/16

   Foram realizadas 47 transações no mercado brasileiro de fusões & aquisições no mês de janeiro/2016, correspondendo a um investimento da ordem de R$ 8,8 bilhões. Representa uma  queda de 57% em relação ao número de operações do mês anterior e de uma  redução de 65% dos montantes investidos. Envolvem direta ou indiretamente empresas brasileiras de 15 setores. O valor médio das transações em jan/2016 cresceu 3,4%.
   Os setores de TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI), OUTROS e ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO  foram os mais ativos no mês de janeiro.
   O maior apetite no mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 34 operações (72,3%). Sob a ótica do país de origem do investidor, os de origem Nacional predominaram com 55,3*% das operações e 53,0*% dos montantes investidos. O Reino Unido, com 5 operações  foi o  país com maior número de operações.
   A maior transação no mês foi a Cubico, uma empresa formada pelo Banco Santander e dois fundos de pensão canadenses, comprando duas usinas eólicas no Nordeste do Brasil por 2 bilhões de reais, incluindo assunção de dívidas.
  Quanto às Percepções de Mercado, merece destacar: (i) Em Davos, 'Brasil pela metade do preço' atrai interesse de investidor. (ii)  Metade das empresas do Ibovespa perde mais de 50% do valor de mercado. (iii) Fechamento de empresas é o maior em dez anos.  (iv) Especialistas em reestruturação miram Brasil em 2016.

Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no decorrer do mês de JANEIRO de 2016.

ANÁLISE DO MÊS 

Setores mais ativos - Os 5 setores mais ativos responderam por 66,0% do total das operações e  48,0% do valor total dos investimentos.

Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de JANEIRO, 47  transações em 15  setores da economia brasileira, registrando um queda de 56,9% em relação ao mês anterior ( 109 operações).


Evolução nos últimos 4 anos  - Depois de dois anos de queda, o mês de janeiro/2016 apresenta crescimento de 17,5% no comparativo do número de transações realizadas.



Maiores apetites x maiores quedas. O segmento com maior apetite  neste mês foi o de TI, com a realização de 9 transações representando 19,1% do total.  Os 5 setores com maior números de aquisições, no acumulado do ano, representaram 66,0% das transações.

Acumulado volume de transações dos últimos doze meses mantém o ciclo de crescimento - O mês sinaliza um crescimento de 0,8% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses -  janeiro de 2016, com  849 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior.

No gráfico do acumulado dos 12 meses, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Vale ressaltar que desde dez/14, está sinalizando um ciclo de crescimento do número de transações, considerando que o período é marcado sobretudo por expectativas negativas, por conta da inflação crescente, forte alta do dólar ( volatilidade do câmbio), limitação do crédito e aumento dos juros, redução dos investimentos  e PIB em queda. Ou seja um ciclo em que o mercado está se contraindo. De um lado, a combinação ou fusão de negócios são saídas para enfrentar uma concorrência mais acirrada num mercado menor, com custos mais elevados, de outro, a venda de ativos contribuem injetar recursos auxiliando no pagamento de dívidas. Correndo por fora, estão as operações resultantes  da Operação Lava Jato, onde grupos controladores, sobretudo de empreiteiras,  se viram obrigados a negociar ativos, como forma de pagar as dívidas e se manter operando.



Operações de pequeno porte são maioria nos últimos 3 anos. Nos últimos três anos as operações de pequeno porte são maioria no mês de janeiro.




Porte das transações: 66% das transações são do porte de até R$ 50 milhões - Das 47 transações apuradas,  31 são de porte até R$ 49,9 milhões -  66,0% do total e responderam por 5,5% do seu valor.
 

Cerca de 6% das operações  respondem por 56% dos montantes envolvidos - No topo da pirâmide foram apuradas 3 transação em janeiro, com porte acima de R$ 1,0 bilhão, representando 6,4% do número de operações e responderam por  55,6% do valor das transações.

Queda de 65% do montante em relação ao mês anterior. Quanto aos montantes dos negócios realizados em janeiro de 2016, estima-se o total de R$  8,8 bilhões, representando uma queda de 65% em relação ao mês anterior - considerando Valores Divulgados ( 82,8%) e Não Divulgados (17,2%).


Valor médio das transações em jan/2016 cresceu 3,4%. Quanto ao valor médio das transações realizadas em janeiro/16, pulou de R$ 181 milhões em jan/2015, para R$ 187 milhões em 2016, com crescimento de 3,4%. No quadro abaixo  estão classificados os valores médios das operações em função do porte.


Investidores estratégicos estão com maior apetite - O maior apetite em janeiro ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 34 operações (72,3%), e responderam por 54,0% dos montantes investidos.
Predomínio dos investidores Nacionais. Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 26* operações, enquanto os investidores de Capital Estrangeiro realizaram 21* operações.
Por país, o Reino Unido, com 5 operações  foi o maior investidor.
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* Correção em 17/05/2016
Maior transação do mês  -  A maior transação em jan/16, foi a compra, pelo Santander e fundos canadenses, de eólicas no Brasil por R$2 bi. A Cubico, uma empresa formada pelo Banco Santander e dois fundos de pensão canadenses, fechou a compra de duas usinas eólicas no Nordeste do Brasil por 2 bilhões de reais, incluindo assunção de dívidas.  11/01/2016

“PERCEPÇÕES” DO MERCADO - notícias que se destacaram: 
Em Davos, 'Brasil pela metade do preço' atrai interesse de investidor. Quando estava no carro em direção a Davos, o empresário americano George Logothetis recebeu um telefonema do diretor de seu Libra Group no Brasil. Ele informava que tinha fechado enfim o acordo para construir um hotel numa das principais capitais do país por US$ 24 milhões. "É o projeto que custava US$ 55 milhões três anos atrás?", indagou o empresário. O funcionário confirmou, explicando que o Brasil estava agora pela metade do preço. "O investimento em dólar ficou baixo e estamos olhando mais negócios no Brasil'', disse Logothetis ao Valor.  As fusões e aquisições têm sido a área "mais vibrante" no Brasil nos últimos tempos. É algo que surpreendeu Martin Sorrell, presidente-executivo da WPP, e o levou a indagar ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa se o governo estava preocupado com uma mudança de atitude de empresários brasileiros, de zelosos de sua independência a dispostos, agora, a vender o negócio. 25/01/2016
Metade das empresas do Ibovespa perde mais de 50% do valor de mercado. Um total de 28 das 57 empresas que compõem o Ibovespa perderam mais de 50% em valor de mercado desde os dias em que atingiram suas cotações máximas históricas até ontem, segundo pesquisa da consultoria Economatica. Dessas companhias, quatro são.. 19/01/2016
Fechamento de empresas é o maior em dez anos. Em linha com a alta das demissões e a retração forte da economia, o ano de 2015 contabilizou o maior número de fechamento de empresas em mais de uma década. De janeiro a outubro do ano passado (último dado disponível), 302,7 mil firmas deram baixa em seus registros nas juntas comerciais. Mesmo sem os dados do último trimestre, esse é o contingente mais alto da série publicada pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), com início em 2000. O total de companhias que fechou as portas representou 77,9% do universo de 388,5 mil empresas abertas no mesmo período de 2015. Embora a quantidade de novas firmas ainda supere a de fechamentos, essa relação já foi bem mais favorável à expansão do empreendedorismo. Em 2010, por exemplo, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5%, 617,9 mil empresas foram criadas, quase o triplo das 215 mil extintas. 21/01/2016
Especialistas em reestruturação miram Brasil em 2016. Os especialistas em reestruturação estão planejando ir para o Rio em 2016. Muitas empresas brasileiras estão com problemas, tendo em vista que a Standard & Poor's rebaixou a nota soberana do país para junk em meio à sua pior crise econômica em um século. Em 2015, 12 empresas brasileiras perderam o grau de investimento e foram rebaixadas para junk, encabeçadas pela Petrobras, de acordo com um relatório da S&P. Foi o maior número de rebaixamentos para qualquer país do mundo, atrás apenas da Rússia. Para completar, o escândalo de corrupção na Petrobras se espalhou para outras empresas da região. A S&P tem uma perspectiva negativa para o Brasil em 2016. "Há uma comunidade de reestruturação muito, muito vibrante agora no Brasil”.29/01/2016

SUMÁRIO DOS DESTAQUES DO MÊS - FUSÕES E AQUISIÇÕES
A ordem da relação das transações de Fusões e Aquisições segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e/ou  postadas no blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. e podem ser localizadas nos endereços abaixo.

DESTAQUES DA:
 • SEMANA DE 25 a 31/jan/16
 • SEMANA DE 18 a 24/jan/16
 • SEMANA DE 11 a 17/jan/16
 • SEMANA DE 04 a 10/jan16
 • SEMANA DE 28/dez/15 a 03/jan/16

DESTAQUES DO MÊS ANTERIOR

 • FUSÕES E AQUISIÇÕES: 842 TRANSAÇÕES REALIZADAS EM 2015. Crescimento de 14,9%
 • TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em 2015 - crescimento de 14,2%

M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.  

09 fevereiro 2016



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