A Vale e a estatal mineira Cemig anunciaram ontem à noite que vão reunir os ativos no setor energia que têm em comum sob o guarda-chuva de uma nova companhia, batizada de Aliança Geração de Energia, na qual a estatal mineira terá 45% e a mineradora 55% de participação. Serão transferidas para a nova empresa seis ativos de geração: Porto Estrela, Igarapava, Funil, Capim Branco (I e II), Aimorés e Candonga. As hidrelétricas possuem uma capacidade instalada de 1.158 MW (652 MW médios) em operação.
A operação, que está sendo tratada como uma fusão, é avaliada em R$ 4,5 bilhões, segundo fontes ouvidas pelo Valor.
De acordo com comunicado à enviado Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a participação da Cemig Geração e Transmissão (GT) na associação é de R$ 2,029 bilhões. "Com a associação, a Cemig GT eleva o seu potencial de gerar novos negócios e maximizar resultados, em virtude da combinação das experiências em gestão operacional, financeira e de projetos", informou a companhia.
O acordo também envolveu a participação de 9% que a Vale tem na hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída pelo consórcio Norte Energia, no rio Xingu, no Pará, e que terá potência instalada de 11.233 MW. A Cemig GT vai adquirir, por cerca de R$ 206 milhões, o equivalente a 49% da participação da Vale na hidrelétrica, que agora ficará sob o guarda-chuva da Aliança Norte Energia.
O preço de aquisição, correspondente aos aportes de capital realizados pela Vale até 31 de dezembro deste ano em Belo Monte, será pago à vista na data do fechamento, corrigido pelo IPCA. "Com a aquisição, a Cemig GT passa a deter indiretamente mais 4,41% da Norte Energia, o que representa uma capacidade instalada de 495,39 MW (201 MW médios)", informou o grupo mineiro.
A Cemig já participa de Belo Monte por meio da sociedade de propósito específico Amazônia, que inclui a Light, que é controlada pela estatal mineira. A Amazônia detém 9,77% do consórcio Norte Energia. Com a operação, a Cemig reforça sua presença nas grandes hidrelétricas em construção no país. Já é sócia de Santo Antônio, no Rio Madeira (10%).
Segundo o comunicado, as partes elaboraram os contratos "estabelecendo o controle compartilhado entre as partes e alinhamento integral na tomada de todas as decisões na operação das companhias". Elas informaram ainda que as transações estão sujeitas ao cumprimento de alguns condições precedentes e formalidades legais, como aprovação do acordo em assembleia geral extraordinária da Norte Energia e anuência das suas instituições financeiras credoras, bem como aprovação das autoridades governamentais, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Cemig informou que o Banco Bradesco BBI atuou como assessor financeiro exclusivo da companhia nas transações.
"A transação é consistente com a estratégia da Vale de maximização de valor para os acionistas, na medida em que proporciona diminuição do dispêndio de capital em investimentos relacionados a ativos 'non-core' e aumenta a flexibilidade para a gestão de ativos no futuro", informou a mineradora, em nota. Já a Cemig ressaltou que a associação será uma "plataforma de consolidação" de ativos de geração detidos pelas duas empresas.
Fonte: Valor Econômico/Ana Paula Ragazzi, Natalia Viri e Claudia Facchini | Do Rio e São Paulo
Fonte: portosenavios 20/12/2013
20 dezembro 2013
Vale e Cemig criam joint venture de energia
sexta-feira, dezembro 20, 2013
Energia, Fusões, Plano de Negócio, Tese Investimento, Transações MA
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Ruy Moura
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