25 janeiro 2013

Perfil do Investidor em empresas de TI, em Fusões e Aquisições.

Principais características do investidor em empresas de TI, em 2012:
Predominância do Investidor Estratégico de capital nacional - adquire outra empresa a fim de ter acesso à tecnologia, produto ou serviço, com maior apetite por empresas de Serviços de TI e Software, de pequeno e médio portes - com faturamento anual entre R$ 2,4 milhões e R$ 90 milhões. Seu racional de investimento é com o propósito de Escala, ou seja, aumentar a atual capacidade ou faturamento e/ou penetrar em novos mercados geográficos. Em menor número, mas de grande relevância, é o Investidor de capital estrangeiro, preponderantemente dos EUA.

O mercado de TI continua liderando em termos de volume de fusões e aquisições sendo que os investidores estratégicos predominaram em número de operações, com 160, enquanto os investidores financeiros realizaram 54, do total de 214 negócios concretizados em 2012.

No relatório TI - RADAR de Fusões e Aquisições em 2012 divulgado recentemente, são analisadas detalhada e de forma segregada as transações realizadas por Segmentos, Racional do Investimento, Porte das empresas, Perfil do Investidor, Cloud Computing & Mobile, etc. Neste estudo é feita a análise com o viés para o Perfil do Investidor, mantida a mesma metodologia, e se propõe a traçar o perfil do investidor estratégico e do investidor financeiro com as respectivas características em suas aquisições.

Vale lembrar que se denomina de investimento Estratégico quando uma empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço. E investimento Financeiro quando as aquisições são realizadas por investidor Anjo, Fundo de Venture Capital ou Private Equity.

Analisando o “apetite” dos Investidores em Tecnologia da Informação – TI e Telecom, constata-se a predominância dos Investidores Estratégicos, com 75% dos negócios, sobre os Investidores Financeiros, com 25%, em quase todos os segmentos de TI.
Dos setes Segmentos de TI analisados, 6 são liderados pelos Estratégicos e somente 1 pelos Financeiros.

Os Segmentos de Serviços de TI, Software e Mídia, totalizaram 68% das operações dos Investidores Estratégicos.
Por sua vez, os Segmentos de Comércio Eletrônico - 39%, e Serviços de Internet - 20%, responderam por 59% das transações realizadas pelos Investidores Financeiros.



No gráfico abaixo constata-se a predominância dos Investidores Estratégicos sobre os Investidores Financeiros nas operacões de Fusões e Aquisições realizadas em 2012, no setor de TI.


Quando se analisa os negócios sob a ótica do Racional de Investimento, isto é, os conceitos que prevaleceram para a aquisição de empresas-alvo, sobressai a tese da Escala, com 135 operações, representando 63% do total. Ou seja, a maior parte dos Investidores, tanto os  Financeiros, com 89%, como os Estratégicos, com 54%, estão interessados em aumentar a atual capacidade ou faturamento e/ou penetrar em novos mercados geográficos quando fazem suas aquisições.

Merece destaque também a significativa participação do Racional de investimento voltado para o Escopo por parte dos Investidores Estratégicos. Foram constadas 50 transações - 31% - voltadas para aumentar as ofertas de novos produtos e serviços – expansão e/ou complemento do mix, ou mesmo a ampliação de competências.

 (1) Escala - Aumentar a atual capacidade ou faturamento; penetrar em novos mercados geográficos 
 (2) Escopo - Aumentar ofertas de novos produtos e serviços – expansão/ complemento do mix, ampliar competências 
 (3) Consolidação - Aumentar market-share, aproveitar de sinergias e de economias de escala, geralmente entre duas companhias com negócios similares 
 (4) Internacionalização - Empresa brasileira adquire empresa de capital estrangeiro – acesso a mercados globais seja no âmbito do escopo, seja de escala; 

As Pequenas e Médias empresas são os principais alvos respondendo por 78% do total das transações realizadas em 2012.
Para os Investidores Financeiros, 46% das operações são com empresas de Pequeno porte, aquelas, segundo critério do BNDES, cujo faturamento anual está entre $ 2,4 milhões e R$ 16 milhões.
Por sua vez, 42% dos Investidores Estratégicos preferem as empresas de Pequeno porte e 40% priorizam as empresas de Médio porte, aquelas cujo faturamento anual está entre R$ 16 milhões e R$ 90 milhões.

 • Microempresa <= R$ 2,4 milhões 
 • Pequena empresa > R$ 2,4 milhões e <= R$ 16 milhões 
 • Média empresa > R$ 16 milhões e <= R$ 90 milhões 
 • Média-grande empresa > R$ 90 milhões e <= R$ 300 milhões 
 • Grande empresa > R$ 300 milhões 

No que tange a origem do capital, 63% dos investimentos Financeiros - 34 negócios, foram realizados com capital estrangeiro. Por sua vez, 56% dos Investidores Estratégicos são nacionais, com 90 transações.



Dos 70 negócios realizados por Investidores Estratégicos de capital estrangeiro, 37% são de origem norte-americana.
Já as 34 operações efetivadas por Investidores Financeiros de capital estrangeiro, 79% tem como país de origem os EUA.



 M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ 
O RADAR de M&A em TI tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições, no setor de serviços de tecnologia da informação e comunicação, bem como sinalizar sua principais tendências. Trata-se da consolidação mensal das informações coletadas pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Os dados estão limitados às informações noticiadas pela imprensa e, sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc.

25 janeiro 2013



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