14 julho 2018

Petrobras pode ficar em nova empresa com Braskem e LyondellBasell

A perspectiva de compra do controle da Braskem pela holandesa LyondellBasell pode levar a Petrobras a desistir de se desfazer de sua fatia na petroquímica, conforme previa o plano de investimento da estatal. A LyondellBasell assinou acordo de exclusividade para negociar a compra das ações da Odebrecht na Braskem, que correspondem a 38,3% do capital da petroquímica. Dona de 36,1%, a Petrobras tem direito de receber o mesmo valor pela sua fatia, caso o negócio seja fechado.

O presidente da estatal, Ivan Monteiro, disse ao jornal Folha de S.Paulo, porém, que a estratégia de venda de sua participação pode ser reavaliada em caso de transferência do controle. "Podemos ter a chance de nos tornarmos sócios de uma empresa com presença global", afirmou. Com sede em Roterdã, a LyondellBasell tem operações em 17 países.

A companhia é fruto da fusão, em 2007, entre a Lyondell Chemical Company e a Basell, operação que criou a terceira maior petroquímica independente do mundo. Em 2017, a companhia teve receita de US$ 34,5 bilhões (R$ 114 bilhões ao câmbio do dia 31 de dezembro), com vendas em mais de 100 países.

"Para a diretoria executiva [da Petrobras], vai ser um momento de reflexão sobre a forma de se posicionar no mercado global", disse Monteiro. Ele frisou, porém, que ainda não há qualquer decisão sobre o tema. "Temos que ver quais as condições que o grupo Odebrecht vai negociar."

Em junho, LyondellBasell e Braskem disseram em comunicado que a potencial combinação de suas atividades pode criar valor significativo para acionistas, clientes e empregados. O texto ressalta, porém, que o negócio depende de acordos, diligências e aprovações corporativas.

A fatia na Braskem é vista pelo mercado como um dos ativos mais valiosos do plano de desinvestimentos da Petrobras, que prevê levantar US$ 21 bilhões (R$ 81 bilhões, na cotação atual) no biênio 2017-2018. Considerando o preço atual das ações, a fatia da Petrobras tem valor de mercado de R$ 14,7 bilhões.

O plano de venda de ativos da Petrobras enfrenta obstáculos jurídicos, como a liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandovski que condicionou privatizações à aprovação do Congresso e levou a estatal a suspender negociações com a francesa Engie para a venda da TAG, que opera os gasodutos do Norte e Nordeste, e o processo de venda de participações em refinarias.

Monteiro diz, que a meta para o fim do ano está mantida. Segundo ele, a alta do preço do petróleo pode melhorar o valor de participações minoritárias que a Petrobras ainda está habilitada a negociar, já que a liminar de Lewandovski atinge apenas operações de transferência de controle. -Folhapress    Leia mais no JornaldoComércio 14/07/2017

14 julho 2018



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