11 novembro 2011

Para nova presidente da IBM, Brasil está entre as prioridades

A nova presidente mundial da IBM, Virginia Rometty disse ontem ao Valor que o Brasil é um mercado promissor para a companhia diante da oportunidade que oferece na gestão de cidades baseadas em soluções de tecnologia da informação. Essa é uma das quatro prioridades de negócios da multinacional para os próximos anos.

Em 2 de janeiro, ela assume no lugar de Samuel Palmisano, que continuará na presidência do conselho de administração. Conhecida na empresa como Ginni, a executiva de 54 anos, carismática, loira e trajando tailleur, respondeu apenas a duas perguntas. A rápida conversa foi em pé, na plateia do Teatro Municipal, onde a IBM realizou, na quarta-feira e ontem, encontro para discutir o tema envolvendo a gestão dos serviços públicos dentro do conceito de cidades inteligentes.

A proposta da companhia era não haver entrevistas a jornalistas, mas, sorridente e gentil, Ginni informou que a IBM aposta no segmento de tecnologias de gestão para se tornar uma área de rápido crescimento de negócios.

Graduada em engenharia elétrica e ciência da computação, ela assume em momento de grande desafio, uma vez que Palmisano, em 2010, anunciou aos investidores a promessa de adicionar US$ 20 bilhões à receita da companhia entre 2010 e 2015. No ano passado o faturamento da IBM foi de US$ 99,9 bilhões, crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior.

De acordo com Ginni, o fórum encerrado ontem, batizado de "Smarter Cities" (cidades mais inteligentes), aconteceu no Brasil porque o país hoje tem caracteristicas diferenciadas diante dos grandes eventos que se realizarão aqui nos próximos anos. Sediar a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e a Olimpíada exige aprimoramento da infraestrutura da cidade-sede, como já vem acontecendo no Rio de Janeiro.

Segundo executivos presentes ao evento, o momento de crise no Hemisfério Norte fez aumentar o foco da IBM nos países emergentes, onde há oportunidades de crescimento nos negócios na casa de dois dígitos, ao contrário dos Estados Unidos e Europa. E o Brasil, por ser mais aberto do que os asiáticos e estar em momento econômico favorável, tornou-se aposta importante.

Computação na nuvem (fora dos computadores das empresas), gestão das empresas, mercados emergentes e gestão da infraestrutura das cidades são os quatro principais focos de negócios da IBM no mundo.

Um dos fatores que contribuíram para escalada de Ginni à presidência foi a avaliação na empresa do sucesso da missão pilotada por ela, a partir de 2002, na integração da PricewaterhouseCoopers, comprada por US$ 3,5 bilhões. O negócio, na época, causou polêmica entre analistas de investimentos.

Ginni atuou exatamente ampliando o perfil de empresa prestadora de serviços de tecnologia da informação, indo além da desenvolvedora de equipamentos e software, reforçado por Palmisano nos dez anos que esteve à frente da companhia.

Ontem, ela apresentou e moderou debate entre Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do grupo Gerdau, e o professor Kenneth Schwartz, reitor da Universidade de Tulane, em Nova Orleans, que participou da reorganização da cidade após o furacão Katrina.

Gerdau falou da conscientização crescente nas administrações municipais brasileiras, buscando processos que não só melhoram a qualidade de vida da população, mas também estruturem custos e vem criando um novo perfil de político. Citou como exemplo o prefeito do Rio, que optou por sistema de processos de gestão em várias áreas da administração pública. Chegou a brincar, dizendo que Eduardo Paes (PMDB) parece mais com um executivo-chefe do que político. "Acho que quando acabar o mandato vou convidá-lo para trabalhar comigo", disse.

O empresário preside a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade do governo federal e é membro-fundador do Movimento Brasil Competitivo: "Até há pouco tempo, dez prefeituras haviam nos procurado. Mais recentemente, 15 nos pediram ajuda para técnicas de gestão. Sugeri que visitassem Recife, onde uma equipe jovem está tendo resultados. Na Gerdau, temos uma administração central para empresas em 14 países", disse. Por Heloisa Magalhães
Fonte:Valoreconômico11/11/2011

11 novembro 2011



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