Nubank, Banco Inter, Creditas e Rebel têm mais em comum do que serem startups de serviços financeiros (ou fintechs) com sede no Brasil: elas apareceram no ranking Fintech100 deste ano, que percorreu 29 países para selecionar companhias inovadoras na união das finanças com a tecnologia.
O estudo está em sua sexta edição e foi elaborado pela consultoria KPMG e pelo fundo de investimentos em fintechs de estágio inicial H2 Ventures. As companhias do ranking têm uma escala inédita: acumulam 2,5 bilhões de consumidores pelo mundo.
O Fintech100 divide as startups de serviços financeiros em duas classes: uma para as maduras, chamada Top 50, e outra para as de grande potencial, chamada Emerging 50. Nubank, Banco Inter e Creditas estão no Top 50, enquanto a Rebel está no Emerging 50.
O Nubank se tornou um unicórnio, ou startup avaliada em mais de um bilhão de dólares, em março do ano passado. A fintech acumula 15 milhões de clientes em seus serviços de conta digital e cartão de crédito. Agora, está de olho nos pagamentos instantâneos.
Já o Banco Inter abriu capital no ano passado e recebeu uma injeção de mais de R$ 1 bilhão do conglomerado japonês de telecomunicações SoftBank. O banco vem implementando aos poucos sua ideia de não ser apenas um banco digital, mas um super aplicativo.
A Creditas recebeu em julho deste ano um aporte de US$ 231 milhões do SoftBank, avaliando a fintech em 700 milhões de dólares. Recentemente, a startup de crédito com garantias entrou para o ramo dos consignados por meio da aquisição da Creditoo.
Por fim, a Rebel é uma fintech que concede empréstimos de R$ 1 mil a R$ 25 mil em minutos e pela internet, com taxas de 1% a 8% ao mês. O empreendimento recebeu nesta semana um aporte de US$ 10 milhões liderado pelo fundo brasileiro Monashees e também pelo americano Fintech Collective.
O que acontece no mundo das fintechs?
Mais uma vez, a China aparece com destaque no ranking – ocupa novamente as três primeiras posições. Mas houve também a ascensão de outros países do Sudeste Asiático, como Índia. O país tem oito empresas no Fintech100, duas delas entre as dez primeiras posições.
A maioria das fintechs atua com pagamentos (27). Essas startups são seguidas pelas de administração de riqueza (19), de seguros (17), de empréstimos (15), de bancos digitais (9) e de segmentos diversos (13).
O Fintech100 também mostra um aumento na captação de capital de risco pelas startups de serviços financeiros. As fintechs da lista levantaram mais de US$ 70 bilhões de investimentos em sua história, alta de 35% sobre o valor visto no ano passado. Apenas nos últimos doze meses, foram US$ 18 bilhões em aportes.
Tais recursos também estão mais concentrados: 32 companhias receberam rodadas acima de US$ 100 milhões nos últimos meses, contra 26 na edição passada do ranking. As dez maiores fintechs do ranking levantaram US$ 1,25 bilhões nos últimos doze meses. Os maiores fundos de investimento no ramo foram Sequoia, SoftBank, Alphabet (companhia-mãe do Google), BBVA e Tencent Holdings.
Neste ano, as fintechs amadureceram ainda mais. Novas regulações aproximaram as startups de serviços financeiros dos grandes conglomerados, fomentaram a expansão internacional e permitiram que esses negócios criassem novas linhas de produto. Depois da moda e das centenas de empreendimentos, as fintechs cada vez mais travam uma competição apenas entre os mais fortes... Leia mais em sabedenada 07/12/2019
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Ruy Moura
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