O que Renato Franklin, CEO da locadora, pensa sobre o futuro da sua empresa e da mobilidade
AMovida só tem olhos para o seu futuro e o do Brasil. No último ano, a locadora de veículos apostou na inovação, em modelos ágeis de gestão e novas tecnologias com um único objetivo: tornar-se a maior plataforma de mobilidade do país. Hoje, são 254 lojas, 100 mil veículos e um lucro líquido de R$175 milhões nos últimos 12 meses. Mas Renato Franklin, CEO da companhia, está longe de satisfeito. “O jeito que a gente faz hoje não será o de amanhã”, diz.
Franklin quer deixar o caminho da Movida aberto para futuras parcerias com empresas como Google e Apple, gigantes da tecnologia cada vez mais interessadas no mercado de mobilidade. “Preciso me manter com os melhores indicadores para ser o parceiro escolhido por essas companhias. Assim, posso entregar resultados e garantir a minha sobrevivência”, afirma.
Para o seu plano de longo prazo dar certo, o executivo deu início à segunda fase de um projeto de inovação na Movida iniciado ainda em 2013. À época, a empresa chamou a atenção do público por oferecer modelos de veículos inexplorados no setor de locação, como os de luxo, desburocratização e tecnologia nos carros, com wifi a bordo.
Agora, Franklin comanda a segunda fase de inovação da Movida. De 2018 para cá, a empresa dividiu seu time de TI em 23 equipes, aderiu oficialmente ao modelo ágil para os seus 4 mil funcionários e adotou tecnologias como machine learning, inteligência artificial e reconhecimento facial. Tudo isso para gerar soluções no campo dos negócios. “A gente não faz inovação por marketing. Faz porque precisa. Faltava governança para tornar os processos mais eficientes e produtivos. Somos uma empresa de TI que aluga veículos”, afirma o CEO.
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Resultados
Durante o período, resultados relevantes foram obtidos, segundo o executivo. Um deles foi a possibilidade de alugar veículos com a apresentação de um QR Code. Com a novidade, basta o cliente reservar o carro pelo site e retirá-lo nas unidades da Movida, apresentando o QR Code. O principal objetivo é diminuir as filas e o tempo de espera dos clientes.
Outra solução foi a avaliação de risco de inadimplência ou fraude com base em big data. Analisando dados financeiros dos clientes, a empresa gera um “score de risco” para os consumidores. Segundo Franklin, fraude e roubo de veículos são as principais fontes de prejuízo. E, de acordo com o executivo, o número de problemas do tipo caiu pelo menos dez vezes no último ano.
Finalmente, talvez a mais interessante das novidades: a precificação rotativa com base em machine learning. Utilizando inteligência artificial, a empresa consegue variar o valor do aluguel dos veículos com base em variáveis como loja e disponibilidade de carros. A mesma tecnologia serviu para outra frente da empresa: a de venda de veículos.
Segundo Franklin, os dados gerados e analisados a partir dessa solução permitiram que a Movida tivesse uma melhor gestão de inventário. “Percebemos que em algumas lojas faz mais sentido ter unidades do modelo do Hyundai HB20 em vez da Renault Duster, por exemplo.” No último trimestre de 2018, a empresa vendeu 8 mil veículos. No trimestre atual, foram quase 13 mil.
Ainda este ano, a empresa deve lançar uma solução de biometria facial para clientes recorrentes. O objetivo é que o usuário seja reconhecido pelas câmeras da loja na hora que entrar no estabelecimento, para acelerar o atendimento e diminuir o tempo de entrega do veículo para o cliente.
Erros e resistência
Mas não foi simples. Ao longo do processo, ocorreram muitos erros e bastante dinheiro foi “perdido”. O maior exemplo foi a primeira plataforma de big data que a empresa desenvolveu. “Gastamos um dinheiro razoável e não funcionou. Aprendemos? Para caramba. Foi um curso. Um curso bem caro”, diz. Para Franklin, é papel do CEO patrocinar a inovação e escolher as pessoas certas para isso. “O presidente tem de querer, mas não é ele que vai decidir o que será feito. Será seu time.”
Aplicativos
Outro elemento que ajudou a empresa nos últimos anos foi o aumento no número de motoristas de aplicativos (como Uber, 99 e Cabify) no país. Além dos clientes, que alugam os carros para trabalhar, Franklin diz que o fenômeno trouxe outra vantagem para a empresa. “O maior benefício foi divulgar o nosso mercado. Por ter um amigo ou conhecido motorista de aplicativo, as pessoas perceberam que é simples alugar um carro. Isso trouxe um público importante para nós.” ... Leia mais em epocanegocios 12/07/2019
12 julho 2019
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sexta-feira, julho 12, 2019
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Ruy Moura
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