Fabricante de pastilhas e lonas de freios aumenta portfólio e presença internacional com aquisições
Em menos de um ano, a Fras-le colocou em prática um ambicioso plano de expansão e atravessa agora o período de maior crescimento de sua história, com a consolidação da compra do controle de seis empresas (quatro delas no exterior). Mais importante, conseguiu alcançar antes do previsto o equilíbrio das novas operações sob sua gestão. “Normalmente um novo negócio leva cerca de três anos para se estruturar e ganhar rentabilidade. No nosso caso conseguimos em seis meses”, comemora Sergio Carvalho, CEO da Fras-le e chefe de operações (COO) das demais cinco empresas da divisão de autopeças das Empresas Randon, de Caxias do Sul (RS).
“Passamos por um período recente de forte expansão, mas não vamos parar por aí. Queremos mais e em breve deveremos fazer outros anúncios nesse sentido”, avisa Carvalho.
O período de aquisições e expansão de capacidade e faturamento coincide com a chegada de Carvalho ao comando da Fras-le, há um ano e meio, em março do ano passado, quando substituiu Daniel Randon na posição. Ele já conhecia bem a família Randon nos 20 anos que trabalhou na Meritor (empresa sócia do grupo gaúcho em alguns empreendimentos), depois passou mais duas décadas nos Estados Unidos em posições de comando de outras corporações. “A diretoria da Randon queria a expansão da Fras-le dentro e fora do Brasil, fui incumbido dessa missão e é o que estou fazendo”, simplifica Carvalho.
Segundo o executivo, o crescimento está acontecendo rápido “porque a Fras-le já não conseguia atender todos os mercados e clientes, então existia demanda reprimida e nós precisávamos ampliar a produção, por isso estamos atingindo o ponto de equilíbrio financeiro dos negócios em apenas seis meses”. A forma mais rápida de fazer isso é indo às compras.
Com as aquisições, Carvalho estima que a capacidade global de produção da Fras-le deve crescer “em mais de 20%”. A expansão já mostra reflexos positivos em parte do faturamento, que no primeiro semestre avançou 34,8% sobre o mesmo período de 2017, somando R$ 529,2 milhões.
MARATONA DE COMPRAS E DUPLICAÇÃO NA CHINA
A primeira aquisição dessa história recente aconteceu em novembro de 2017, quando a Fras-le anunciou, em uma só tacada, a compra de duas empresas na Argentina (Armetal Autopartes e Farloc) e uma no Uruguai (Fenacif), em negócios somados de R$ 91 milhões. Com isso, o país vizinho tornou-se o segundo maior polo produtivo da Fras-le, atrás somente do Brasil.
No mesmo mês, com investimento de R$ 9 milhões, a empresa concluiu a ampliação de sua fábrica na China, que duplicou a capacidade de produção na unidade para 5 milhões de pastilhas e 10 milhões de lonas de freio por ano – e a unidade já está operando no topo, revela Carvalho.
Um mês depois, em dezembro de 2017, a Fras-le formalizou uma associação na Índia com a ASK , que lidera o mercado local de elementos de fricção para freios de motos. Foram investidos US$ 5,1 milhões para ficar com 51% da joint venture e instalar seus processos de fabricação de pastilhas e lonas para caminhões e ônibus. “Este é um mercado grande que deverá ter crescimento adicional com a mudança de legislação de segurança no país. Sem estar lá não conseguiríamos aproveitar isso”, pontua Carvalho.
Na virada do ano, em janeiro passado, mais uma compra, desta vez no Brasil: o Cade aprovou a aquisição de 80,1% da fábrica da Federal Mogul em Sorocaba (SP), onde são produzidas pastilhas das marcas Jurid e Ferodo, tanto para montadoras (OEM) como para reposição.
Já em agosto passado a Fras-le anunciou a intenção de comprar a Jofund, fabricante de discos e tambores de freios para veículos leves da marca Fremax, com fábrica em Joinville (SC). O negócio ainda depende de aprovação do Cade, mas como as duas empresas têm produtos complementares (e não concorrentes), Carvalho acredita que a aquisição será formalizada sem problemas ao longo de mais um mês.
MULTINACIONAL BRASILEIRA
Em meio a tantas viagens e negócios para consolidar, Carvalho recebeu Automotive Business no estande da Fras-le na Automechanika Frankfurt, onde a empresa recebe alguns dos clientes que a multinacional brasileira tem hoje em 126 países. Ele admitiu que na próxima edição da feira, em 2020, “provavelmente, após aprovada a compra da Fremax e havendo disponibilidade de espaço, deveremos ampliar nosso estande para abrigar as duas marcas em uma área única”. A Fremax também é assídua expositora da Automechanika e esteve este ano em outra área da Messe Frankfurt.
Atualmente, 55% do faturamento vêm de exportações e operações internacionais, com fábricas nos Estados Unidos, China, Argentina, Uruguai e Índia, além de centros de distribuição instalados na Argentina, Alemanha, Colômbia e Estados Unidos, bem como escritórios comerciais no Chile, México, África do Sul e Emirados Árabes.
Devido à natureza de seus principais produtos (pastilhas e lonas, que vendem de quatro a cinco vezes mais na reposição), 88% das vendas domésticas e externas estão concentradas no aftermarket e 12% no fornecimento direto a montadoras. .. Leia mais em automotivebusiness 15/09/2018
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Automobilístico, Compra de empresa, Investimentos, Oportunidades, Tese Investimento, Transações MA
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Ruy Moura
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