Aplicativo para controlar o ciclo menstrual, outro para lembrar de tomar a pílula do dia seguinte e mais um que funciona como método contraceptivo. Atualmente, as mulheres detêm um histórico e o controle de sua saúde reunidos no celular.
Nos últimos anos, a rica indústria tecnológica mundial percebeu o potencial de ferramentas voltadas para as mulheres, que, além de gerarem capital financeiro, também conquistam um público sedento por conhecer mais sobre o funcionamento do próprio corpo.
A “femtech”, como foi chamado esse mercado, recebeu mais de US$ 1 bilhão em investimento desde 2015, de acordo com a revista americana Forbes. Segundo a publicação, em menos de uma década, esse nicho vai movimentar mais de US$ 50 bilhões.
As agências regulatórias dos países desenvolvidos também estão impulsionando a “femtech”: recentemente, a Food and Drugs (FDA), agência de saúde dos Estados Unidos, aprovou o uso do aplicativo sueco Natural Cycles como método contraceptivo.
Essa foi a primeira vez que o órgão reconheceu um aplicativo para evitar a gravidez. Em 2017, a União Europeia já havia aprovado o app como “dispositivo médico”.
Para a bióloga Caroline Brunetto de Farias, sócia da Ziel Biosciences, as mulheres estão percebendo cada vez mais cedo que precisam ter o domínio do próprio corpo. “O empoderamento reforçou a necessidade de avançar nas pesquisas e produtos para a saúde feminina”, afirma.
Em parceria com a médica Daniela Baumann Cornélio, Caroline desenvolveu um método de autocoleta para identificar possíveis lesões no colo do útero, que podem se desenvolver para um câncer.
A descoberta, que recebeu um investimento de quase R$ 1 milhão, está sendo testada em diversos países no mundo e pode diminuir os casos desse tipo de câncer, que mata cerca de 5 mil mulheres por ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Apesar de não ser um aplicativo, a iniciativa da Ziel mostra que a ciência e a tecnologia estão dispostas a facilitar o cuidado das mulheres com a saúde.
O ginecologista Rogério Bonassi, coordenador científico da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (Sogesp), explica que todos os recursos que auxiliam a mulher são válidos. “É importante ter um lugar que avisa a hora de tomar a pílula ou o dia em que há fertilidade”, diz.
O especialista alerta, no entanto, que nada substituí um acompanhamento com um médico. “A tecnologia é para acrescentar e não substituir”, completa.
Na lista a seguir, EXAME reuniu alguns aplicativos que focam na saúde da mulher.
Natural Cycles
Com a premissa de servir como método contraceptivo, o aplicativo indica se a mulher está em período fértil. Ao ano, a usuária investe US$ 79,99 e recebe um termômetro basal, de duas casas decimais, para medir a temperatura vaginal.
Clue
Para controlar o ciclo menstrual, há diversos aplicativos diferentes. O Clue, que reúne mais de 5 milhões de mulheres ativas ao redor do mundo, funciona como uma agenda da menstruação. Além disso, o aplicativo publica diversos artigos, dicas e orientações para a saúde feminina.
Beyonde the Shock
Voltado para mulheres que já tiveram ou que se preocupam com o câncer de mama, o Beyonde The Shock reúne informações e uma rede de apoio para enfrentar a doença.
MyPill
Com alarme, lembretes e contabilização das pílulas anticoncepcionais, o MyPill é uma excelente ferramenta para as mulheres que usam o método contraceptivo. Como a administração das pílulas deve ser metódica, o aplicativo evita falhas e esquecimentos. Leia mais em jornalnoticias 18/09/2018
18 setembro 2018
“Femtech”: a indústria bilionária de tecnologia para saúde da mulher
terça-feira, setembro 18, 2018
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Ruy Moura
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