O Brasil se tornará um país envelhecido e pobre nas próximas décadas se não avançar com urgência em políticas para reformar seu regime de aposentadorias e melhorar a qualidade da educação.
O tempo que ele tem para fazer isso se tornou curto, porque se aproxima do fim o impulso que a demografia dá ao crescimento enquanto o grupo de pessoas em idade para trabalhar cresce a um ritmo mais rápido do que o número de crianças e idosos.
Conhecida como bônus demográfico, essa fase começou na década de 70 e terminará antes de 2030, dizem especialistas. Nesse período, pessoas nascidas na explosão populacional dos anos 50 e 60 chegaram ao mercado de trabalho, e a taxa de fecundidade do país começou a declinar.
O primeiro efeito positivo disso foi ter mais gente capaz de gerar renda para dar assistência a crianças e idosos.
No período de 1980 e 2010, a população que tem entre 15 e 59 anos saltou de 56% para 65% do total no Brasil.
O aumento da força de trabalho também leva à expansão da poupança e da capacidade de investimento, elevando o potencial de crescimento da economia e da renda.
O problema no caso do Brasil é que ele não conseguiu aproveitar essa fase para criar as condições necessárias para equilibrar as despesas com a Previdência, a fatia dos gastos do governo que mais cresce.
Isso reduz a margem de manobra do atual governo para reformar a Previdência. O presidente Michel Temer promete apresentar seu projeto ao Congresso neste mês.
"O bônus demográfico pode se tornar uma espécie de energia desperdiçada", diz o economista Paulo Tafner, especializado em Previdência.
Para que isso não ocorra, segundo os especialistas, será necessário aumentar a qualificação dos trabalhadores e tomar medidas para frear os gastos da Previdência. - Folha de S.Paulo Leia mais em portal.newsnet 11/09/2016
Fonte: Folha de São Paulo 11/09/2016
12 setembro 2016
País corre risco de empobrecer sem reforma
segunda-feira, setembro 12, 2016
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Ruy Moura
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