10 novembro 2011

Em 20 dias, lotéricas da CEF vendem 2 mil cursos on-line

Criadas na década de 60, especificamente para o comércio de jogos, as lotéricas vendem, atualmente, serviços que vão muito além daquele que deu nome às casas. O mais recente deles é a venda de cursos on-line para a formação profissional.

Retirando os jogos e as operações como correspondente bancário, a diversidade de serviços nas lotéricas respondeu por 14,77% do total do faturamento da rede em 2010.

Nos dez primeiros meses deste ano, essa fatia aumentou para 15,28% e a previsão é que ainda cresça até o fim do ano com as novas parcerias feitas pela Caixa Econômica Federal.

No mês passado, a CEF firmou convênio com a empresa Cresça Brasil para vender mais de 500 opções de cursos on-line. Ao adquirir uma das opções, como informática, aulas de reforço escolar, cursos para gestantes, fotografia, administração e negócios, o comprador também passa a ter direito de publicar por 30 dias o currículo no site de classificados Emprego Certo.

A expectativa da empresa é vender até 100 mil cursos por mês para o público interessado em formação profissional utilizando a internet como ferramenta. Nos primeiros vinte dias, foram vendidos dois mil, a maior parte nos Estados do Nordeste e Centro-Oeste, mas a Cresça Brasil espera que os números aumentem com a divulgação de anúncios na televisão.

Na segunda-feira, as lotéricas atingiram a marca de 11 mil casas com a inauguração de uma concessionária em Gravataí (RS). Até dezembro de 2012, a CEF pretende ter, no mínimo, uma lotérica em cada um dos 5.565 municípios brasileiros. De 2008 para 2011, a rede ampliou a abrangência de 3.500 para 4.672 cidades, com crescimento de 33,5%.

Desde 1991, com o aval do Conselho Monetário Nacional, as lotéricas passaram a atuar como correspondentes bancários da CEF. A partir daí, além de comercializar todos os jogos das loterias, as concessionárias passaram a oferecer serviços bancários, como movimentação de contas de depósitos à vista, a prazo e de poupança; recebimentos e pagamentos de qualquer natureza; ordens de pagamento entre outros.

A CEF tem atualmente 37 mil correspondentes bancários, sendo que 26 mil não vendem jogos. Atuando como correspondentes bancários, as lotéricas se disseminaram nas cidades brasileiras e continuam a ter a preferência de quase 70% dos cadastrados nos programas sociais do governo federal como local onde recebem os benefícios.

Em função das parcerias, as lotéricas também vendem ingressos para shows, passagens aéreas, recargas para celular e vale transporte e ainda recebem pagamentos de compras em sites coletivos e doações a entidades beneficentes.

Além dos convênios estabelecidos pela própria Caixa, não há impedimento para que os lotéricos possam diversificar os negócios com a abertura de lanchonetes, bancas de jornais ou outras atividades, desde que não concorrem diretamente com o banco estatal.

Segundo o vice-presidente de Atendimento e Negócios do banco estatal, José Henrique Marques da Cruz, em média, as lotéricas fazem, mensalmente, 150 milhões de operações, não incluindo os jogos, que alcançam a marca de 288 milhões. Ele diz que a atuação como correspondentes bancários respondem por um quarto do total das operações da CEF. "A nova classe C tem uma relação de identificação com as lotéricas. Conseguimos saber o que esse público precisa porque o nosso relacionamento é mais antigo e de intimidade". Por Murilo Rodrigues Alves
Fonte:Valoreconômico10/11/2011

10 novembro 2011



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